Esta sexta-feira representa mais uma oportunidade para o brasileiro dizer que discorda de praticamente tudo o que acontece nos governos, nos parlamentos, nos fóruns. Sejamos honestos: analisando com lupa enxergamos alguma verdadeira virtude, algum feito, alguma providência, algum fato, algo qualquer que permita que enchamos a boca para dizer supimpa!, que bacana, que bom, que maravilha, quê?
Não, não sobra.
Sobram arremedos, algumas tentativas de desentortar o pau que nasceu e foi criado torto. Há algumas ações pipocando aqui e ali. São meras respostas a emergências que surgiram por acaso e foram aprofundadas por um punhado de integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal. O socorro, sabemos, só é acionado em caso de precisão. E a estratégia de resgate que o governo e o parlamento puseram na rua, vê-se de longe, será insuficiente para colocar a nação nos eixos, lá naquele lugar que sequer conhecemos a cor, a forma, o sabor, a textura.
A atual crise passará, ali adiante a economia estabilizará. O remédio ministrado, dizem todos, está correto, fará efeito.
Assim seja.
Não é da gangorra econômica que falo, porém.
Esse vaivém dos dinheiros é frequente, a economia navega em mar aberto, depende de movimentos na China, na Europa, nas Arábias.
Falo de honestidade, de justiça social, de caráter, de humanidade, pontos pessoais, particulares nossos e que independem da Bolsa de Tóquio, que não podem ser alterados com canetaços, com votações nas câmaras de vereadores, nas assembleias legislativas, no Congresso Nacional, nas prefeituras, nos palácios.
Esta sexta-feira é mais uma oportunidade que temos para discordar do que está posto à mesa.
O resultado prático desta sexta é uma incógnita. Por certo não acordaremos amanhã com valores mais elevados, tampouco com outros governantes e parlamentares dando outras cartas.
Mas não podemos perder qualquer oportunidade de dizer que estamos descontentes.
Somente o voto, nossa ferramenta mais legítima e poderosa, não está surtindo o efeito para o qual foi inventado.
Opinião
Gilberto Blume: não falo da gangorra econômica, mas de honestidade, caráter, humanidade
Somente o voto, nossa ferramenta mais legítima e poderosa, não está surtindo o efeito para o qual foi inventado
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