Brigada Militar de Caxias recebeu oito chamados de falsos sequestros na manhã desta terça

Criminosos acostumados a aplicar o golpe do falso sequestro voltaram a agir em Caxias do Sul. Somente na manhã desta terça-feira, a Brigada Militar registrou oito chamados de pessoas que receberam ligações de bandidos que pediam dinheiro para libertar algum integrante da família. Em geral, eles apelam para o desespero para tentar extorquir dinheiro: ao telefonar, recorrem a alguém para gritar por socorro no fundo da ligação, se passando pelo sequestrado.

Família de Caxias do Sul sofre golpe do falso sequestro

Os bandidos costumam ordenar que as vítimas não comuniquem a polícia nem tentem ligar para o suposto sequestrado. Segundo o tenente-coronel Ronaldo Buss, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12ºBPM), a orientação é justamente contrariar o bandido.

- Tem que ligar para a polícia e para a suposta vítima. Para a polícia agir, ela tem que ter a informação. E esse tipo de crime não existe, é apenas um golpe. E as pessoas estando preparadas, mantendo a calma e não dando informações para os bandidos, esse tipo de crime não vinga - garante.

A Brigada Militar também orienta a tomar cuidado com informações prestadas em redes sociais, que podem ser utilizadas pelos criminosos como pistas. Ligações a cobrar também devem ser evitadas.

Abaixo, confira as dicas da Brigada Militar:

:: Mantenha a calma. Isso fará com você raciocine melhor.
:: Não receba ligações a cobrar. Se o interlocutor for desconhecido, desligue. Policiais e bombeiros não telefonam para informar sobre acidentes (a tarefa cabe aos hospitais) nem, muito menos, ligam a cobrar.
:: Não "ajude" o bandido dando-lhe informações como, por exemplo:
- Sua filha sofreu um acidente - diz o bandido
- A Fernanda? O que aconteceu com a Fernanda? - você responde.

O nervosismo faz com que muita gente, sem perceber, acabe passando aos bandidos informações que serão usadas para pressioná-las. Como o nome da sua filha, no exemplo acima. Em nenhuma hipótese revele nomes de parentes a desconhecidos ao telefone

:: Tire os adesivos do carro: adesivos com o nome da academia de ginástica ou da faculdade, assim como placas que reproduzem o apelido dos motoristas (Bia, Leo...) e páginas de redes sociais são preciosas fontes de informação para os bandidos. Evite e peça aos seus filhos para evitar.
:: Oriente também os idosos: tanto ou mais do que crianças e empregadas, são as pessoas idosas da família as mais vulneráveis à manipulação dos bandidos. Muitas vezes, por se sentirem sozinhas, elas podem prolongar conversas com desconhecidos e acabar por municiar criminosos.
:: Pare para raciocinar: o pânico diante da possibilidade de um parente estar acidentado ou sequestrado faz com que muitas pessoas deixem de tomar atitudes óbvias, como checar se a informação é verdadeira. Segundo a polícia, frequentemente as vítimas deixam de ligar para o suposto sequestrado não porque são impedidas de fazê-lo, mas porque a ideia não lhes ocorre.
:: Desobedeça ao bandido: ligue para o suposto sequestrado ainda que o bandido diga para não fazê-lo. Se conseguir contato, o caso está resolvido. Se não, tente um amigo ou parente dele. A hipótese de um sequestrador real fazer essa ameaça é remota _ bandidos não vão matar a vítima, e perder seu trunfo, só porque o celular dela tocou.
:: Desconfie de ligações longas: segundo estatísticas da polícia, 90% dos primeiros contatos telefônicos feitos por sequestradores reais duram menos de um minuto. Por temerem ser rastreados, eles nunca fazem ligações longas.
:: Duvide do choro das vítimas: apelos chorosos de supostos sequestrados têm sido usados com frequência pelos golpistas. A polícia sabe que raramente sequestradores de verdade telefonam do mesmo lugar em que está a vítima. Sabem que podem ser rastreados e ter o cativeiro descoberto.
:: Dê queixa na polícia
Se você cair no golpe, não deixe de prestar queixa na polícia. De posse de informações como o número de origem da chamada criminosa ou o número da conta em que o "resgate" foi depositado, a polícia pode identificar o criminoso e evitar que mais pessoas sejam vítimas dele.