Experiência não falta para Paulo Fernando Périco, 54 anos, nem motivação, ao assumir o cargo de coordenador da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), com sede em Caxias. Périco é formado em História e em Direito, Mestre em Administração pela PUC e pós-graduado em História e Marketing.
Foi sócio e professor do Colégio Mutirão Objetivo por 23 anos, onde também foi diretor financeiro, e lecionou História e Geografia, por três anos, nas escolas São José e La Salle Carmo. De 2001 a 2003, foi coordenador da área de educação da Associação Educadora São Carlos. É professor de Administração da UCS e de História no Apoio Pré-Vestibular. Fliado ao PMDB há 25 anos, por duas vezes concorreu a vereador em Caxias.
- O caminho que a educação do Rio Grande do Sul quer tomar envolve o tripé pedagógico, de infraestrutura e de recursos humanos - salienta.
Mas Périco sabe que para enfrentar problemas históricos que rondam as escolas da região precisará de mais do que experiência e motivação. O coordenador estreia em um cenário nada animador: enquanto o governo estadual anuncia 180 dias de estagnação de investimentos, uma comunidade que envolve 122 escolas, quatro mil professores e mais de 41 mil alunos de 14 cidades da região quer respostas para problemas antigos, como o pagamento do piso salarial para os professores e as obras que por quatro anos foram alardeadas pelo Plano Nacional de Obras (PNO), mas cuja maioria não saiu do papel.
Não há receitas, tampouco promessas. Périco assume que 2015 não será um ano de grandes feitos e afirma que o governo federal, mesmo anunciando corte mensal de quase R$ 600 milhões na área da educação, será cobrado de sua participação junto aos estados.
Qual a expectativa como novo coordenador da 4ª CRE e qual o cenário em que encontrou a coordenadoria?
As expectativas são sempre positivas. Temos desejos e metas, acreditamos no processo educacional. Mas outra coisa é a realidade e as possibilidades que a gente tem para poder alcançar essas expectativas. Tivemos uma reunião com o secretário (Estadual de Educação) Vieira da Cunha e foi passado algumas diretrizes da parte administrativa e qual o caminho que a educação no Rio Grande do Sul quer tomar, que é o tripé pedagógico, de infraestrutura e de recursos humanos, que envolve os professores.
O sonho é positivo, agora alcançar as metas depende do apoio financeiro do Estado, e o Rio Grande do Sul passa por questões financeiras delicadas.
Comecei nesta terça na 4ª CRE, conheci todos os setores e fizemos a primeira reunião administrativa. Até o final do ano, a coordenadoria tinha 70 colaboradores. No meu primeiro dia, cerca de 20 estavam trabalhando. Muitos estão de férias e outros foram desligados no final do ano pelo governo anterior.
A determinação do governador Sartori é que haja uma diminuição em 35% dos cargos em comissão. Estamos fazendo esse levantamento. Vamos pedir que alguns colaboradores voltem das férias e temos que escolher outras pessoas para trabalhar conosco nas áreas pedagógicas, de recursos humanos e financeiros.
Expectativa
"O caminho para a educação envolve pedagogia, infraestrutura e professores", diz novo coordenador da 4ª CRE, em Caxias
Paulo Fernando Périco afirma que não fará promessas
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