Em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira, o governador eleito José Ivo Sartori (PMDB) voltou a afirmar que a negociação da dívida do Estado é fundamental para novos investimentos. Contudo, caberá ao Governo Federal esclarecer onde é aplicado o recurso que sobra do orçamento, segundo o peemedebista.
A exemplo do discurso da vitória, domingo, Sartori evitou cogitar qualquer nome para compor o secretariado, mas adiantou que a transição de governo começa já na próxima semana:
- O governador Tarso me ligou ontem, achei uma gentileza, sinal de que existe respeito político e forma de conviver. Na semana que vem, ele (Tarso) vai colocar à disposição quatro ou cinco secretários, e eu vou colocar algumas pessoas para o processo de transição, que será respeitosa e de nível.
O governador eleito garantiu que o secretariado precisa ter o perfil do diálogo, que saiba conversar com a sociedade. Ele citou como exemplo do que pretende implantar no Estado a atuação da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social em Caxias do Sul, onde se criou parcerias entre o município e diversas instituições públicas e privadas.
Sartori também garante que estará à disposição da imprensa até quarta-feira. Depois, sairá para descansar e só retornará para montar sua administração entre segunda ou terça-feira da próxima semana.
Sobre a falta de recursos para novas obras ou investimentos no Estado, Sartori é cauteloso:
- Primeiro vamos ter a transição, e quem sabe a questão dos recursos seja explicitada. Todos sabemos que a dívida, no montante que está, é impagável. É preciso encontrar maneiras e formas que dentro desse quadro se consiga fazer investimentos, e acima de tudo que o Estado tenha capacidade para contrair financiamentos para determinada área. Se o governo federal apostar no projeto que está no Senado, que significa um alongamento, um alívio, também pode ser um espaço que oportunize. Se houver negociação maior tem que ser realizada em conjunto com outros estados.
O governador eleito também disse que não pretende ir a Brasília em novembro, quando está prevista a votação da renegociação da dívida. Segundo ele, esse papel cabe a Tarso Genro, que exercerá o mandato até o dia 31 de dezembro.
Sobre as articulações com os partidos que o apoiaram no primeiro e segundo turno, e também em relação ao PDT, que liberou seus afiliados para decisões próprias, Sartori disse que só pensará nisso na próxima semana.
- É muito cedo para qualquer conversa, embora o diálogo sempre exista. Converso com muita gente de todos os partidos, tem muita gente que me apoiou nesse começo.
Sartori também disse que administrar o Estado será uma tarefa árdua e dolorosa, mas somente para quem estiver na administração.
- A dor vai ser para o governante, não é propriamente para os agentes, pessoas, sociedade. Vai ser muito mais para quem governa, tem que tomar atitude, cumprir seu papel. Se a gente perguntar para o Tarso, perguntar para a Yeda, perguntar para o Rigotto e para todos os outros que estiveram antes, todos sabem que têm dificuldades.
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Transição de governo começa na próxima semana, diz José Ivo Sartori
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