Empresários de São Pelegrino e do Centro pedem alternativas de embarque e desembarque para suprir a retirada de vagas de estacionamento na Sinimbu, Pinheiro Machado e Avenida Rio Branco. O Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) de Caxias do Sul teme redução da clientela devido às mudanças para viabilizar o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM Caxias).
Nesta semana, a Sinimbu, entre a Feijó Júnior e a Moreira César, perdeu 22 vagas. Ao longo do mês, a previsão é desativar mais 227 vagas na Sinimbu, Pinheiro e Rio Branco. Os pontos estão sendo extintos para melhorar o fluxo dos ônibus. A promessa é abrir vagas de estacionamento em outras ruas centrais.
INFOGRÁFICO: confira todas as mudanças nas ruas do centro de Caxias
Sadi João Donazzolo, presidente do Sindilojas, apoia o plano de mobilidade, mas lembra que o transporte coletivo ainda não tem a qualidade necessária para atrair a população. Assim, ele acredita que muita gente opta pelo carro para buscar serviços no Centro.
A entidade já havia manifestado preocupação semelhante quando a prefeitura retirou vagas da Sinimbu entre a Moreira e a Praça Dante, em 2011. Na época, o sindicato sugeriu a criação de incentivos fiscais para a construção de edifícios-garagem. A ideia é pedir atenção da Câmara de Vereadores para levar o assunto a debate.
Levantamento do Pioneiro em agosto indicava 29 garagens de aluguel nas vias atingidas pelo SIM, todas com lotação esgotada em muitos períodos, o que mostra o quanto será complicado encontrar vaga pública. Donazzolo prevê aumento nos preços dos estacionamentos privados, que hoje variam de R$ 2,50 a R$ 4 a hora.
- Ficará tão caro estacionar a ponto de as pessoas não terem mais interesse em ir ao Centro. O impacto pode ser significativo no comércio - projeta.
Comerciantes da áreas atingidas pela mudança participaram de um encontro na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) no mês passado, onde o secretário de Trânsito, Manoel Marrachinho, esclareceu dúvidas.
- É irreversível esse processo e todos vão ter de ceder. Criamos um canal de diálogo com a prefeitura para ouvir opiniões e buscar soluções - reitera o presidente da CDL, Davenir Dreher.
Prefeitura avaliará solicitações
O diretor municipal de Trânsito, Carlos Roberto Noll, garante que são avaliadas alternativas para situações que envolvem segurança, caso do Colégio São Carlos e do Banco do Brasil (BB). Para o comércio, a opção são as vagas abertas na área do estacionamento rotativo regulamentado.
Em relação ao São Carlos, será criada um espaço sobre a calçada especificamente para um cadeirante credenciado, com autorização apenas para embarque e desembarque. No BB, haverá espaço e regramento semelhantes para carro-forte pois a agência centraliza o recebimento de dinheiro.
- Quanto se trata de segurança é preciso buscar uma alternativa. Em outros casos, estamos ampliando as vagas nas áreas do rotativo e entendemos que a iniciativa privada também promoverá a criação de garagens de aluguel. Como estamos implantando o sistema, os pedidos serão avaliados.
Hotel prevê transtornos na locomoção de hóspedes
O Hotel Excelsior é um dos mais afetados pela mudança porque dependia do estacionamento na Sinimbu para receber hóspedes e bagagens. Dono do empreendimento, Delso Storchi reforça que as vagas em frente eram ocupadas para embarque ou desembarque desde a fundação do hotel, há 55 anos.
Semanas antes da alteração, a direção do hotel procurou a Secretaria de Trânsito para solicitar um recuo na calçada, a exemplo do espaço em frente ao Coophotel (antigo Alfred). O pedido foi negado e Delso tenta outra alternativa. Para ele, haverá transtornos na locomoção dos hóspedes.
O empresário cita o saturamento das vagas em ruas paralelas, o que impede o acesso de ônibus de excursão e exigirá a caminhada dos clientes por algumas quadras. Atualmente, os veículos menores dos clientes são deixados em um estacionamento conveniado.
- Tenho clientes da terceira idade, imagina ter que atravessar essas ruas todas. Como vamos transportar bagagens em dia de chuva? Os turistas querem comodidade no ramo da hotelaria, não dificuldade - reclama Storchi.
A projeção da prefeitura é de que a extinção do estacionamento e a proibição das conversões na Pinheiro Machado com a Visconde e Marechal Floriano comecem até o dia 15. Ainda não há data definida para o corte de estacionamento na Rio Branco.
SIM Caxias
Comércio pede alternativas para suprir retirada de estacionamentos da área central de Caxias
Lojistas e prestadores de serviço temem redução da clientela com o fim das vagas na Sinimbu, Pinheiro e Rio Branco
Adriano Duarte
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