Não chegou a completar 15 minutos que meus amigos eu havíamos entrado no salão. Enquanto um grupo foi à chapelaria, eu e os outros aguardávamos nas proximidades da porta. Depois, encontraríamos um lugar para aproveitar a festa - o que não chegou a acontecer. Como estava de costas para o público, uma amiga olhou para mim com uma expressão de pavor e disse: "fogo". Achei que era gozação, falei para ela ficar calma e que tudo não devia passar de uma brincadeira de mau gosto. Tive tempo apenas de me virar e não consegui ter uma reação. Apenas fui arrastada no meio da multidão em direção à saída. Perto da porta, o pessoal estava apavorado e não sabia direito o que realmente acontecia.
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Todos queriam deixar o local o mais rápido possível. No desespero, um grupo de pessoas derrubou uma vedação provisória feita de madeira, que obrigava as pessoas a contorná-la para ter acesso a saída. Já do lado de fora, consegui localizar meus amigos, mas comecei a pensar nas pessoas que eu conhecia e que poderiam ainda estar lá dentro. Fiquei observando que aos poucos a multidão começou a deixar o local com mais calma, pois já sabia que não passava de um princípio de incêndio, controlado rapidamente.
Independente da gravidade, quando ouvi a palavra fogo, associei rapidamente com a tragédia da Kiss, e creio que esse não foi um pensamento exclusivo. Claro, não há como comparar as situações, mas tenho certeza de que o pânico que se estabeleceu no momento, teve tamanha intensidade em decorrência do que todos sabiam que poderia acontecer. Sem clima para voltar ao salão, fomos embora. Mais tarde, soube que quem retornou não ficou por muito tempo, porque a festa foi interditada. O importante é que, apesar da correria e do empurra-empurra, não houve feridos.
Relato
'Fui arrastada no meio da multidão', diz jovem que estava na festa em Nova Pádua
Festa junina ocorreu na noite de sábado
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