Donas de uma escola de educação infantil no bairro Kayser, em Caxias do Sul, as irmãs Caroline, 24 anos, Aline, 28, e Lisiane Prebianca, 34, apostaram duplamente na sustentabilidade: além de parte da infraestrutura da escolinha ser formada por material reutilizado, elas também querem ensinar à garotada a importância de cuidar do meio ambiente.
No pátio onde a garotada gasta sua energia, por exemplo, a maioria dos brinquedos foi construída com material reutilizado, como garrafas plásticas, caixas de leite e pneus.
- A primeira peça que fizemos foi uma casinha de garrafas pet. Usamos umas 600 peças para paredes e telhado. A estrutura foi feita de madeira, pelo meu pai. Depois, fizemos o circuito de pneus e outra casinha usando as caixas de leite. Todos os alunos colaboraram, trazendo peças. E o resultado foi incrível. As crianças gostam muito mais de brincar com elas do que com alguns brinquedos prontos que adquirimos depois - revela Caroline, que estuda Pedagogia.
Nas prateleiras dentro da escola, as irmãs também exibem orgulhosas mais um belo exemplo de que tudo pode ser aproveitado: dezenas de bonecas que haviam sido descartadas no lixo foram resgatadas por uma amiga que trabalha numa cooperativa de reciclagem e doadas ao estabelecimento.
- Havia muita coisa boa, bonecas com roupinha, sapatos, tudo inteiro, mas muito sujo. Depois de uma boa limpeza, elas ficam novinhas para brincar de novo. É uma pena que as pessoas coloquem os brinquedos no lixo. Deveriam entregar em uma escola ou creche, porque há muitas que não têm nada - afirma dona Maria Dominga dos Passos Prebianca, 57, mãe das jovens e responsável pela cozinha da escolinha.
Além de bonecas e carrinhos resgatados do lixo, as irmãs também constroem joguinhos usando aparas de papel descartadas por gráficas, restos de EVA e tampinhas plásticas. O conceito de reaproveitar também foi aplicado nas apresentações de final de ano, festividades como dia dos pais e das mães e Natal.
- Ficou tão ou mais bonito do que se tivéssemos comprado tudo pronto e novo - aposta Lisiane.
Mais do que reduzir custos para implantar o sonho de ter um negócio próprio, Caroline, Aline e Lisiane desejam transmitir valores para uma nova geração que estão ajudando a se desenvolver.
- É um exemplo que queremos dar às crianças, mostrar a elas que o mundo não é descartável, que é preciso se preocupar com o lugar onde a gente vive e que depende das nossas ações - destaca Caroline.
A Escola Lápis de Cor atende atualmente 25 crianças com idade entre três meses e três anos, sendo que destas 11 foram encaminhadas pelo projeto Mão Amiga.
No total, a escola tem estrutura para atender até 50 crianças.