Uma onda de assaltos tem trazido medo aos alunos da Colégio Estadual Henrique Emílio Meyer, no bairro Exposição. Há dois meses, pelo menos 12 estudantes do turno noturno já foram roubados ou sofreram tentativas, além de um professor e duas pessoas que caminhavam pelas proximidades. As abordagens ocorrem no final do dia, quando os estudantes se dirigem à escola, por volta das 19h, ou na saída, às 22h.
Os assaltantes, também adolescentes, têm as ações facilitadas pelos hábitos dos estudantes, principalmente os que usam o transporte coletivo e descem nas proximidades da instituição, percorrendo a pé parte do trajeto para chegar à escola. Eles são cercados normalmente por dois a quatro criminosos que pedem por dinheiro e aparelhos celulares. Alguns usam facas para ameaçar as vítimas e, em uma das situações, uma aluna teve uma arma apontada contra si.
Na busca por providências, a escola enviou, no dia 28 de maio, um ofício à Brigada Militar pedindo o patrulhamento da polícia nos horários do assalto, do qual não recebeu resposta. Em julho, um abaixo-assinado com aproximadamente 600 assinaturas também foi encaminhado.
- Em uma das ocorrências, eles (a polícia) disseram que não podiam privilegiar uma escola e que tem a cidade toda para atender. Depois de um assalto, quando ligamos para a Brigada, ela sempre vêm. Quanto a isso não podemos nos queixar. Mas aí o assalto já foi consumado. O que queremos é o patrulhamento para evitá-lo. Estamos muito tristes com esta situação e temos medo que algum estudante saia machucado em um desses assaltos - desabava a vice-diretora Elisa Maria Silva.
Ainda que o assaltos ocorrem fora do pátio da escola, a direção tem mantido os portões fechados durante as aulas. Outro problema relatado pela comunidade escolar é a iluminação precária das ruas Vereador Mário Pezi e Santos Dumont. Os bandidos se aproveitam a pouca visibilidade e as sombras das árvores nas calçadas para se esconder.
O comandante da Patrulha Escolar, capitão Márcio Dorneles, disse ter conhecimento do oficio enviado pela Emilio Meyer e admite as dificuldades de atender as demandas escolares.
- Tem ideia de quantos ofícios eu recebo todo dia de escolas? Há casos muito piores, de roubos entre alunos, de gangues. Esse é mais um de uma demanda enorme. A gente faz o que dá.
A Patrulha Escolar conta apenas com uma viatura. Por isso, quanto não estão em atendimento de ocorrências, viaturas da Brigada Militar e policiamento comunitário patrulham o entorno das escolas em horários de entrada e saída de estudantes, caso da Emilio Meyer. Após ligação do Pioneiro, ele afirmou que a equipe da Patrulha iria até a escola conversar com a direção sobre os fatos.
Abordagens com facas e arma de fogo
O caso mais emblemático é o da aluna Michele da Silva, 17 anos. Há três semanas, ela foi assaltada por dois criminosos na Vereador Mario Pezzi, esquina com Santos Dumont. Um deles encostou uma arma na barriga dela. Da bolsa que carregava, roubaram R$ 120 e fugiram. O assalto ocorreu às 19h40min.
Na escola, chamaram a polícia, que não apareceu. Uma hora depois, Michele foi até a delegacia acompanhada do namorado. Traumatizada, a garota não foi à escola por uma semana. Largou o emprego para não precisar usar o transporte coletivo e contratou o serviço de uma van que a deixa na frente do colégio. Outros estudantes, porém, continuam a mercê dos criminosos.
Insegurança
Em dois meses, 12 estudantes de Caxias são assaltados nas proximidades do Colégio Emilio Meyer
Dinheiro e celulares são os objetos roubados
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