Pelo menos uma vez por mês, o prédio do Rádio Clube Amador Caxiense tem sido alvo de arrombamentos no bairro Cinqüentenário, em Caxias.. O último aconteceu na madrugada de terça-feira da semana passada. Os bandidos cortaram a tela que protege o pátio, cerraram as grades da porta e quebraram os vidros. As cortinas e o botijão de gás foram o alvo dos criminosos. D
as outras vezes, foram levados ainda os talheres e as capas das cadeiras. O presidente do clube, Jacir João Nunes, estima que os prejuízos já tenham chegado a R$ 15 mil. As medidas tomadas pelo clube não têm sido suficiente para inibir os arrombamentos. O pátio é cercado com grades e a porta que era de madeira foi substituída por uma de ferro. Nem mesmo o alarme afasta os criminosos.
- Já observei que eles costumam agir em dias de temporal e ventania, que sufoca o som do alarme. Eles são rápidos, pegam o que conseguem e fogem - conta Nunes.
O clube não é o único alvo dos criminosos. Do centro comunitário, panelas e a fiação elétrica foram os objetos furtados diversas vezes durante a madrugada. Por duas vezes, os invasores foram presos em flagrante pela polícia. Da igreja, há 10 dias, roubaram o botijão de gás da cozinha e um escada do salão de festas durante à noite, mesmo com alarme acionado.
Além dos arrombamentos, a comunidade reclama de roubos durante o dia, alguns a mão armada, como na Fruteira Persico.
- Normalmente entra um primeiro, que disfarça e observa. Em seguida, chega mais um ou dois. Eles buscam por dinheiro e cigarro. Este ano aconteceu uma vez. No ano passado, perdi a conta - lembra a proprietária, Elisete Persico Kayser.
No mercado Makavi, os roubos são rápidos. Os ladrões pedem cigarros e mostram uma nota de R$ 50. Enquanto o atendente pega o troco, eles saem correndo com as caixas do produto. A comunidade acredita que pelo menos um furto ou roubo aconteça por dia no bairro.
Tanto na fruteira como no mercado, aumentou-se o contrato com a empresa de segurança para que os vigilantes passem mais vezes pelas ruas. Uma mercearia do bairro instalou porta eletrônica. Os moradores de uma residência, após o arrombamento, passaram a contar com cães de guarda.
- As mulheres estão sendo assaltadas quando vão à missa. Ele esbarram e levam a bolsa. Agora só vou se meu filho me leva de carro. Senão fico em casa - diz uma moradora, que prefere não se identificar.
A comunidade cobra uma ação mais efetiva do policiamento comunitário, implantado em setembro do ano passado no bairro. Porém, o Tenente Ronaldo Alves Souza, coordenador do núcleo de policiamento comunitário, diz que as reivindicações não chegaram ao conhecimento da polícia.
Por serem furtos e roubos de menor expressão, a maioria dos moradores e proprietários de estabelecimentos não faz o registro de ocorrência, caso do próprio Rádio Clube Amador Caxiense, que não teve todos os arrombamentos documentados.
O policiamento comunitário do Cinquentenário conta com uma viatura e três policiais, que atuam das 13h à 1 hora. Durante a madrugada, o lugar conta com o patrulhamento de viaturas da Brigada Militar, que se revezam para circular por toda a cidade.
- Onde são esses roubos? Como eles ocorrem? Que horas? Não temos números palpáveis para adotar uma estratégia, reorganizar o horário desses três policiais de acordo com a necessidade da comunidade. Quando implantamos o policiamento, elegemos um líder na comunidade, uma pessoa que estabelece contato conosco, e também não fomos informados por ele disso - questiona o tenente.
Insegurança
Arrombamentos preocupam comunidade do bairro Cinquentenário, em Caxias
Para policiamento comunitário, crimes reduziram até 10% com relação ao ano passado
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