Apesar da cheia do Rio das Antas ter deixado a ponte que liga Bento Gonçalves a Cotiporã submersa neste final de semana, houve espaço para diversão. O motorista André Bordignon, 35 anos, aproveitou a elevação no nível da água para pescar. Junto com a mulher Meire de Oliveira, 32, e a mãe Mafalda Bordignon, 60, conseguiu capturar três pintados no intervalo de uma hora.
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A família se instalou em cima de uma ponte construída antigamente para a passagem de trens. Atualmente, apenas os trilhos e o mato tomam conta do lugar. Se protegeram do chuvisco que caiu no final da tarde de domingo com um guarda-chuva e sacaram as varas para garantir o jantar.
- Só consigo pescar daqui quando o rio está cheio, se não pesco da beira, mais embaixo. Na verdade, quem pesca mesmo aqui é ela. Já pegou dois e agora está vindo mais um - diverte-se André, apontando para a mulher que manuseava o equipamento puxando um terceiro pintado da água.
O tio de André mora às margens do Rio das Antas. Aos 68 anos, o aposentado Aldo Bordignon observa as águas subirem perigosamente ano após ano. Conhecido como Seu Madruga, pela semelhança com o personagem de TV do seriado mexicano Chaves, Seu Aldo já não se assusta quando vê cenas como a ponte engolida em dias de chuvarada. Ele costuma fazer a travessia todos os dias para ir até um bar em Cotiporã.
- Eu já acostumei, não é nada demais, mas faz alguns anos que a água chegou até a altura da área aqui de casa e invadiu a casa dos vizinhos. Essa ponte é um perigo, não tem mais concreto, está toda rachada - aponta o aposentado.
Veja um vídeo do Rio das Antas avançando sobre a ponte:
Cheia
Família aproveita cheia do Rio das Antas, entre Bento e Cotiporã, para pescar em cima de ponte
Enquanto curiosos registravam estrutura submersa, os Bordignon garantiam o jantar do domingo
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