
Aguardada desde meados do ano passado, quando a ponte foi interditada pela Justiça devido ao risco de desabamento, a reforma da estrutura sobre o Rio Bururi, no distrito de Lajeado Grande, está mais próxima. Em reunião realizada no dia 27 de fevereiro no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), em Porto Alegre, o prefeito de São Francisco de Paula, Antonio Juarez Hampel Schilichting (PTB) e o vereador Assis Tadeu Barbosa Velho (PSDB) foram informados de que a obra será feita de modo emergencial.
- Nós fomos recebidos pelo diretor-geral (Carlos Eduardo de Campos Vieira), que nos garantiu que vai liberar os recursos para o Daer comprar as madeiras. A previsão foi de que dentro de 15 dias as madeiras estariam no local para que o pessoal começasse a trabalhar. O prefeito também colocou à disposição do Estado servidores do município para ajudarem com mão-de obra - informou Barbosa Velho.
Devido à falta de segurança para atravessar a estrutura (a travessia para veículos com mais de quatro toneladas está proibida), o ônibus escolar que transporta cerca de 60 crianças de localidades próximas à Escola Estadual Lajeado Grande está tendo de fazer um desvio. Resultado: o serviço atende apenas parte dos alunos, deixando dezenas sem pode ir à escola no turno da tarde.
Conforme o promotor Bruno Pereira, que entrou com a ação civil pública contra o Daer em julho de 2013 pedindo reparos na ponte, as duas licitações abertas pelo departamento para a compra de material não tiveram interessados, motivo pelo qual a obra não teria sido feita até agora. Em função das aulas já terem iniciado, o promotor promete pedir o bloqueio do valor para obrigar o Daer a adquirir as madeiras para a reforma o mais brevemente possível.
No entanto, não é apenas a ponte sobre o Rio Bururi, na ERS-476, que está em situação precária. A estrada, que liga do distrito de Lajeado Grande à ERS-110, em Alziro Ramos, está intransitável. Na última quarta-feira, dia 26, a reportagem do Pioneiro percorreu 20 quilômetros da rodovia até a localidade de Morro Grande. Para vencer o trajeto, foram gastos uma hora e 15 minutos, ou seja, a velocidade média foi inferior a 20 km/h.
O pior problema constatado na estrada é o pavimento irregular, cheio de pedras soltas e buracos. Além disso, várias pequenas pontes no trajeto até Morro Grande aparentam precisar de reparos na estrutura.
- No primeiro dia das aulas, em que fui até a escola com as crianças, arrebentei uma peça na parte de baixo do carro. Imagina eu ter de percorrer 20 quilômetros, quatro vezes por dia, para levá-los e trazê-los do colégio. Não há qualquer condição de trafegar nessa estrada - reclama o produtor de leite André Huff, 42 anos, que vive em um sítio às margens da 476, em Morro Grande, com a mulher, Solange, 41, e os filhos Laura, 11, e Andrei, nove.
Conforme o Daer, servidores da 15ª Superintendência Regional deverão fazer uma nova manutenção na 476 entre Lajeado Grande e Jaquirana na primeira quinzena de março. Segundo moradores, não são vistas máquinas trabalhando na rodovia desde meados do ano passado.