Há meses sem receber a visita de secretarias ou órgãos públicos para a tomada de providências mais urgentes, a comunidade do bairro Euzébio Beltrão de Queiróz, em Caxias do Sul, novamente está pedindo socorro à prefeitura para resolver problemas históricos nas áreas de saneamento e infraestrutura.
Passados mais de 100 dias da audiência pública realizada em 30 de novembro do ano passado - e que teve a presença de seis secretarias municipais e a Fundação de Assistência Social (FAS) - o presidente da Associação de Moradores (Amob), Paulo Roberto Teixeira, o Cara Preta, afirma que a comunidade não viu nenhuma ação concreta ser tomada.
O encontro, proposto pela Câmara de Vereadores, listou uma série de providências a serem tomadas. Entre elas, destaca o vereador Rodrigo Beltrão (PT), que intermediou a audiência, o estudo pela Secretaria de Educação para implantar uma creche no bairro, revitalização da vila, com o alargamento da Rua Cristóforo Randon, construção de uma rotatória no entroncamento entre a Bento Gonçalves e a Thomaz Beltrão de Queiróz, prometida desde 2010, e melhorias no recolhimento de lixo.
A falta de saneamento básico foi um dos problemas mais urgentes constatados pela reportagem do Pioneiro em uma visita à Vila do Cemitério, como é conhecida a comunidade. Construídas de forma precária, sem fossa nem encanamento ligando à rede pública, grande parte das casas despeja o esgoto proveniente de banheiros e cozinha a céu aberto. É comum os dejetos correrem de uma casa para outra, ampliando o mau cheiro e a presença de insetos.
A grande quantidade de lixo, entulhos e fezes de animais espalhados pelo chão _ fruto também do desleixo e desinformação de parte dos moradores _ colabora para tornar o bairro ainda mais inóspito. Como não existe coleta dentro da vila, os resíduos são depositados em um contêiner na Cristóforo Randon.
Além da questão do saneamento, o líder comunitário Paulo Teixeira também reclama da demora na construção de um centro comunitário na Rua Bento Gonçalves, no terreno onde funcionou a quadra da Escola de Samba XV de Novembro (foto acima).
- Muitos pais vêm me dizer que não têm o que fazer com os filhos no turno oposto ao da escola. Se houvesse esse centro comunitário, poderíamos dar cursos, aulas para entreter a gurizada, ocupar a cabeça deles com alguma coisa boa e tirá-los da convivência com o pessoal que não presta - argumenta Teixeira, acrescentando que a comunidade da Vila do Cemitério aguarda por esse espaço de convivência desde 2011.
Teixeira também reclama da não continuidade de projetos que beneficiam a vila.
Em julho de 2012, uma ação comunitária com a participação de secretarias, Exército, Guarda Municipal e FAS levou atividades recreativas, culturais, palestras e serviços de saúde até o bairro. Além disso, os moradores puderam se cadastrar para participar de atividades esportivas e culturais permanentes. Paralelamente, naquele dia, a prefeitura executou obras emergenciais de infraestrutura e saneamento básico e o Exército demoliu casas abandonadas, que serviam como ponto para drogados e traficantes.
Confira reportagem completa no Pioneiro desta sexta-feira.