O engenheiro civil do Ministério Público Federal (MPF) Luiz Alberto Braun é responsável pela perícia na estrutura da barragem do Marrecas, no Distrito de Vila Seca, em Caxias do Sul.
O profissional esteve em Vila Seca por uma solicitação do Ministério Público Federal de Brasília a pedido do procurador da República Fabiano de Moraes, que atua no município. Braun diz que a estrutura da represa não corre risco de romper por conta das infiltrações.
Segundo o diretor-presidente do Samae, Edio Elói Frizzo, os vazamentos teriam aumentado nos últimos meses, o que vem forçando o município a adiar o recebimento definitivo da obra - que já custou mais de R$ 250 milhões. Frizzo não descarta esvaziar parcialmente a represa para reparos mais profundos.
O engenheiro Braun exerce a engenharia desde 1981 e há mais de uma década avalia obras contratadas pela União no Rio Grande do Sul e em outros Estados. Confira entrevista abaixo:
Pioneiro: O que o senhor viu na represa do Marrecas?
Braun: São vazamentos nas ombreiras (laterais da parede da represa) e infiltrações na galeria. Por enquanto, está dentro do padrão aceitável. Esse volume de vazão pode permanecer ou até diminuir.
Pioneiro: A segurança está em risco?
Braun: Não há indícios de que o vazamento vá aumentar ou de colapso estrutural. Além disso, o Samae tem sistema de monitoramento que detecta qualquer sinal de movimento. Se houver excesso de vazamentos, há medidas que devem ser adotadas para contê-los. Não existe risco de rompimento da estrutura.
Pioneiro: Há explicação para as infiltrações?
Braun: A represa foi assentada em uma região com rochas de basalto, que é bem específico da região Sul do país. Sempre há fuga de água nesse tipo de rocha, já é esperado. Percebi que a vazão ocorre abaixo de onde o concreto está apoiado na rocha (nas laterais). Como a represa é grande, a água procura um caminho para fluir. Isso não ocorre na base da represa porque foi escavada com bastante profundidade.
Pioneiro: Quando o senhor acredita que terá uma conclusão sobre a barragem do Marrecas?
Braun: Será demorado. É uma perícia complexa. Além da vistoria no local, preciso analisar minuciosamente a documentação solicitada ao Samae. São dados técnicos e medições, entre outros. Não tem como definir um prazo. O resultado será encaminhado ao MPF, que determinará qual é o objetivo da avaliação.
Abastecimento
Perito diz que estrutura da represa do Marrecas, em Caxias do Sul, não corre risco de romper
Engenheiro do Ministério Público Federal esteve na barragem no final de novembro passado
Adriano Duarte
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