A cidade poderá ter um sistema de aluguel de bicicletas com padrões europeus. A Rio Grande Energia (RGE) e a prefeitura estudam firmar acordo em que metade da frota disponibilizada será composta por bikes elétricas de velocidade assistida, modalidade inédita no Estado. Diferentemente da maioria dos modelos à venda no mercado, a ideia é disponibilizar bikes que só acionam o motor na subida, ou seja, para retas e descidas o impulso dependerá do ciclista, por meio de pedais convencionais.
A proposta prevê 200 bicicletas, metade da frota elétrica e a outra convencional. Elas ficarão nas estações de transbordo do Imigrante e do Floresta, em fase de conclusão, e nas principais paradas de embarque de ônibus, totalizando 20 pontos. O cidadão se cadastrará e, por meio de cartão magnético, comprará créditos para ter acesso à bicicleta. A bike poderá ser deixada em qualquer outro ponto do sistema.
O termo de cooperação entre RGE e prefeitura poderá ser assinado nas próximas semanas. A concessionária será responsável pelos custos da implantação do sistema e pelo gerenciamento dos profissionais que vão orientar o público durante o primeiro ano de funcionamento. A contrapartida do município será dispor de infraestrutura para implementar o projeto nas ruas e contratar uma empresa para gerenciar o programa no lugar da RGE após os primeiros 12 meses.
Para o acordo ser firmado, é necessário que o Departamento de Estadual de Trânsito (Detran) defina se o modelo proposto de bicicleta elétrica exige habilitação do condutor. O Detran, inicialmente, entende que os modelos com motor até 50 cilindradas necessitam de habilitação ACC, de ciclomotor. Conforme o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Zulmir Baroni Filho, como a bike só emprega motor para diminuir o esforço do ciclista nas subidas, o Detran afirmou ser possível não precisar de habilitação, mas ainda estuda a ideia.
- O município entende que não podemos perder esse investimento na bicicleta, independente se não for elétrica. Se a RGE tiver que entrar só com modelos convencionais, não será tão agradável para quem usaria para trabalhar. No entanto, ainda assim o aluguel de bikes, integrado com o ônibus, é um incentivo para a cultura da mobilidade sustentável - acredita Baroni.
O pasteleiro Lourival Gonçalves, 59 anos, optou por uma bike elétrica há mais de seis anos por conta de dores na coluna. O veículo virou atração do bairro Santa Lúcia Cohab, apesar do modelo ser antigo e diferente da proposta da RGE.
- Eu sentia dores para pedalar, daí foi uma opção boa e ecológica - conta.
A bike de Lourival é equipada com freio traseiro e dianteiro, pisca-alerta, farol e é acionada na chave. A velocidade máxima alcança 40 Km/h.
Já na bicicleta elétrica assistida, quando a velocidade atinge 25Km/h, o fornecimento de energia é automaticamente interrompido. O modelo de velocidade assistida recebe energia apenas quando o ciclista pedala morro acima. Na União Europeia, a categoria é tratada igual a uma bicicleta comum, não havendo necessidade de portar habilitação, usar capacete ou fazer seguro obrigatório. A regulamentação para crianças é igual a bicicletas comuns.
No Brasil, não há legislação específica para bikes de velocidade assistida. As bicicletas elétricas convencionais, porém, são equiparadas ao ciclomotor, por isso necessitam de habilitação. A cidade do Rio de Janeiro, por meio de decreto, permitiu recentemente a circulação de bicicletas elétricas que não ultrapassem 20 km/h pilotadas por pessoas acima de 16 anos.
Mobilidade
Prefeitura de Caxias poderá assinar acordo com RGE para implantar aluguel de bicicleta elétrica nas estações de transbordo
Lourival Gonçalves é um dos caxienses que já se locomovem por bike elétrica há mais de seis anos
GZH faz parte do The Trust Project