Durante a revista, a BM apreendeu 12 facas artesanais, duas tesouras, três barras de ferro, dois isqueiros e dois sprays de tinta.
Internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) atearam fogo em colchões e teriam feito dois funcionários reféns, além de um interno, por volta das 11h30min desta quinta-feira, em Caxias do Sul. O motim foi controlado por volta das 13h30min.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar qualquer princípio de incêndio. Policiais militares ingressaram no Case para avaliar a situação próximo das das 12h30min. Em seguida, brigadianos com cães entraram no prédio. Seis viaturas da Brigada Militar (BM) foram posicionadas em frente ao prédio. Por volta das 13h, uma mulher deixou o Case chorando e precisou receber atendimento médico.
Todos internos foram reunidos na quadra de esportes, onde passaram por revista. Os alojamentos também foram vasculhados pelos PMs. Alguns adolescentes estavam refugiados na cozinha do Case. Segundo funcionários, uma monitora teria se trancado com os jovens lá para que não fossem agredidos pelos demais, ou pela polícia.
Ainda segundo os funcionários, o motivo da confusão foi a insatisfação dos internos em saber que passariam por revistas íntimas ainda neste mês. A revista seria incluída em um plano de ação que a casa deve apresentar ao Ministério Público (MP) até o dia 16 de setembro.
_ Não sabemos de que forma eles descobriram que programávamos essa revista. Desconfiamos que familiares tenham alertado eles, já que estávamos fazendo um trabalho de orientação com as famílias _ comenta um funcionário que prefere não ser identificado.
Além da desistência da revista, os internos cobraram durante as negociações com a equipe do Case que o período de visitas fosse estendido.
Ainda segundo o relato de monitores e outros funcionários, cerca de 11 internos lideraram o motim. Eles foram conduzidos ao plantão da Polícia Civil para o registro de uma ocorrência. A confusão teve início na ala A do prédio, quando uma funcionária foi rendida por internos armados com estoques. Jovens da ala B rapidamente teriam aderido a mobilização e outro funcionário e um interno foram imobilizados e ameaçados.
Cadeiras, mesas e equipamentos de informática foram quebrados nas salas da monitoria e na escola que funciona dentro da instituição.
Os reféns foram soltos aos poucos e a última conseguiu se desvencilhar durante uma distração dos internos e com ajuda de um colega. Um monitor teria sido hospitalizado por intoxicação, devido a fumaça liberada na queima de colchões, e outro quebrou um dedo ao tentar libertar a colega.