A mobilização do Dia Nacional de Luta em Caxias do Sul se encerrou por volta das 12h15min, na Praça Dante Alighieri. Cerca de 1,5 mil pessoas se concentraram no Centro vindas de diversos pontos da cidade.
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Estava prevista uma caminhada após a concentração na praça, mas ela foi cancelada em respeito a quem começou a manifestação na madrugada, informou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, João Dorlan.
Em vídeo, a chegada dos manifestantes da RS-122 na Praça:
As principais reivindicações da manifestação eram relacionadas à pauta trabalhista, como fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho e destinação de 10% do PIB para educação e 10% para a saúde. Os sindicalistas destacaram a definição de pautas e de líderes como diferencial em relação a outras manifestações ocorridas recentemente.
- Caxias parou? Parou, sim, com o trabalhador de madrugada, não como muitos que dormiam até tarde e no final do dia faziam um passeio pela cidade - declarou Dorlan.
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A manifestação se iniciou por volta das 4h30min na frente da empresa Visate, no bairro Esplanada. Cerca de 300 pessoas se concentraram no local. Faziam parte integrantes do Sindicato dos Rodoviários, do Sindiserv, estudantes vinculados à UNE, à UEE e ao DCE, do movimento Caxias Acordou, e do Movimento Rural.
Enquanto esperavam a liberação para saírem, alguns funcionários da Visate chegaram a jogar cartas no pátio da empresa. Muitas pessoas esperaram em vão nas paradas de ônibus. Alguns optaram por seguirem a pé até os seus destinos. A saída de 297 ônibus só foi liberada aproximadamente às 8h30min. A normalização do transporte coletivo e dos táxis-lotação ocorreu perto das 10h.
Antes disso, foi registrada a dificuldade de se conseguir táxis na cidade. A espera pelos carros chamados via telefone era de aproximadamente 40 minutos.
O trânsito foi um dos pontos afetados pelos bloqueios. Os manifestantes chegaram a fazer quatro bloqueios nos dois sentidos da BR-116 no começo da manhã: na entrada no bairro Planalto, próximo da empresa Guerra, do viaduto da Rota do Sol e no Monumento ao Imigrante.
O deputado federal Assis Melo falou aos manifestantes em ato em frente à Guerra. Em outro ponto da BR-116, ele falou ao microfone e convocou que trabalhadores de pelo menos oito ônibus desçam e se juntem ao movimento.
Por causa disso, muitos ônibus que voltaram a circular no meio da manhã seguiam no sentido Ana Rech-Galópolis desviavam do bloqueio pela Perimetral Norte e pela Rua Atílio Andreazza.
Na Rota do Sol e na RS-122, na frente da Fras-le, também houve bloqueios. Na frente da empresa, Jorge Rodrigues, membro do conselho fiscal do Sindicato dos Metalúrgicos, falou aos funcionários, dizendo que a pauta das manifestações é extensa, mas que a vida é feita de lutas diárias. Rodrigues acrescentou que a expectativa é de que a presidente Dilma Rousseff se sensibilize tome providências quanto ao rumo da aposentadoria e a redução da jornada de trabalho. Ele foi aplaudido pelos trabalhadores.
Na frente da empresa Randon, também houve bloqueios, por volta das 6h30min. Funcionários e ônibus com colaboradores foram impedidos de entrar. Apenas os veículos vazios utilizados para levarem os funcionários que saíam da empresa naquela hora eram autorizados a entrar. Por volta das 8h, havia 200 manifestantes e um carro de som na Perimetral Norte, próximo da Rua Atílio Andreazza.
No meio da manhã, os manifestantes que estavam na BR-116, na Rota do Sol e na RS-122 se dirigiram a pé até a Praça Dante Alighieri. A chegada foi registrada por volta das 11h. Profissionais da saúde, bancários e funcionários dos Correios também se juntaram à manifestação na praça.
Na praça, o deputado federal Assis Melo falou no carro de som do Sindicato dos Metalúrgicos. Ele destacou o direito de cada um de reivindicar e foi aplaudido:
- Se a gente não protestar, dizer que não concorda com as leis e decisões, todo mundo vai achar que nossa vida está boa. Ela está, mas precisa melhorar muito. E é por isso que estamos protestando.