Parecer técnico do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) confirma que boa parte das toras cortadas para a construção da represa do Marrecas, em Caxias do Sul, está comprometida.
O laudo é assinado por três engenheiros florestais e dois biólogos, após análise de 10 lotes de madeira depositados em terrenos no entorno da represa em Vila Seca. O pedido de avaliação partiu do Samae.
Embora já esperado, o resultado do estudo decepciona. Depois de tanta polêmica e projeções sobre o encaminhamento das toras, a autarquia agora cogita repassar a madeira bruta a quem pagar mais.
Dados do último edital apontam que há 3,2 mil metros cúbicos de troncos, correspondentes a 6,5 mil pinheiros removidos para permitir a formação do lago. O plano inicial era empregar o material na construção de casas populares - ideia abortada porque a lei não permite a transação.
Ambientalistas também questionaram o desmatamento na Justiça, o que paralisou as obras da represa e impediu que as toras já cortadas fossem retiradas da barragem. Neste ano, a venda dos lotes foi cancelada duas vezes por falta de interessados. De lá para cá, já se passaram quase três anos com a madeira ao relento.
Chuva e sol e o ataque de micro-organismos decompositores foram fundamentais para o apodrecimento, segundo o Defap. Os técnicos também alertam que há risco de comprometimento total caso as toras continuem por mais algumas semanas a céu aberto.
O diretor-presidente do Samae, Edio Elói Frizzo, encaminha nesta quinta-feira o caso para a assessoria jurídica. A intenção é saber se a madeira pode ser vendida pelo melhor lance oferecido no último edital, sem a necessidade de abrir outro pregão.
Prejuízo
Estudo confirma que dois terços das toras depositadas na represa do Marrecas, em Caxias do Sul, estão podres
Exposição a céu aberto comprometeu centenas de pinheiros
Adriano Duarte
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