Marcelo Sidnei Pires está depondo no tribunal do júri. Surpreendentemente, ele nega que conhecia, que matou Daisy Cruz e que trabalhava como motorista de ônibus da Visate. Afirma que no dia 20 de agosto deste ano, quando a frentista foi morta, trabalhava como jardineiro no Hospital Pompéia. Chegou a dizer que não lembra se tem um filho.
No início da sessão, o advogado Luís Fernando Possamai tentou evitar o júri, solicitando exame de sanidade mental de Pires. Um oficial de justiça foi à Visate buscar a ficha médica do motorista, para mostrar que não tem problemas psicológicos. Diante dos documentos, a juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó indeferiu o pedido da defesa, e o julgamento prossegue.
A promotora Sônia Eleni Correa Mensch mostrou a Pires reportagens do Pioneiro sobre o crime, inclusive, uma entrevista concedida por ele ao jornal, além de objetos pessoais, para ver se ele recorda dos fatos. O motorista segue dizendo que não recorda de nada, até mesmo de colegas de serviço e amigos citados pela promotora.
O réu também nega o crime ao ser interrogado pelo advogado. Pires alega que usa cocaína desde a infância e que nunca foi motorista, mas sempre jardineiro.
Reveja nas imagens o local onde o corpo da jovem foi encontrado:
Entenda o caso
:: A frentista Daisy Cruz, 24 anos, estava desaparecida desde a tarde de segunda-feira, dia 20 de agosto de 2012. As primeiras informações indicavam que, por volta das 14h50min daquele dia, moradores do bairro Cidade Nova, onde ela reside com os tios e uma prima, viram Daisy gritando dentro do carro do homem por quem teria um relacionamento, o motorista da Visate Marcelo Sidinei Pires, 30 anos.
:: Na segunda-feira, de acordo com testemunhas, logo após Daisy sair de casa para ir ao trabalho, Pires teria a abordado em uma rua do Cidade Nova. Já no Astra, a jovem teria gritado por ajuda, mas o motorista conseguiu levá-la com ele
:: Um tio da frentista comunicou o sumiço à polícia ainda na segunda-feira :: No domingo, a frentista e o motorista teriam encerrado um relacionamento amoroso que durou cerca de três meses. A frentista teria desistido do namoro ao descobrir que o motorista era casado.
:: Na manhã de terça-feira, dia 21 de agosto, Pires se envolveu em um acidente de trânsito na BR-116. Na colisão entre o ônibus que ele dirigia e um caminhão, morreu o caminhoneiro Eligio José Echer, 50. Após o acidente, Pires foi internado no Hospital Pompéia
:: Na quinta-feira, dia 23 de agosto, três testemunhas apontaram, em depoimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, a suspeita de que o motorista seria o responsável pelo desaparecimento da frentista
:: Nesta sexta-feira, dia 24 de agosto, Pires recebeu alta do hospital e confessou envolvimento no desaparecimento da jovem em depoimento à Polícia Civil no final da tarde.
:: No começo da noite de sexta-feira, dia 24 de agosto, o corpo da frentista foi encontrado no caminho para a Linha 40.