Reajuste nas mensalidades faz 55 crianças do Mão Amiga, de Caxias, perder o apoio financeiro do projeto

Nos últimos meses o Mão Amiga vive uma ameaça: o número de famílias beneficiadas com o projeto vem caindo consideravelmente. Neste ano, 55 crianças já deixaram de receber o apoio financeiro da instituição. Um dos principais motivos para a queda de 400 para 345 beneficiados foi o reajuste no valor das mensalidades das escolinhas parceiras do Mão Amiga.

Anualmente, as 47 creches particulares que participam do projeto decidem em conjunto, já que fazem um preço diferenciado para o projeto, qual será o aumento. Em 2012, a mensalidade passou de R$ 320 para R$ 360, o que representa um aumento de 12%. O Mão Amiga custeia metade desse valor  e a outra é paga pela própria família. Juntando o reajuste com o fato das doações não terem crescido, o corte de vagas foi inevitável.

O frei capuchinho Jaime Bettega, coordenador do Mão Amiga, destaca que para participar do projeto é necessário que os pais estejam inseridos no mercado de trabalho. Ele também ressalta que a intenção do projeto é finalizar o ano com 500 crianças, mas que para isso ocorrer é necessário a adesão de mais padrinhos e madrinhas.

- O Projeto Mão Amiga, como o próprio nome diz, é uma mão que se estende para auxiliar crianças em situação de vulnerabilidade social. A outra mão quem dá são os pais.  Cuidar das crianças, nesta idade, é construir esperança de um amanhã com menos violência, menos dependência química. Investir nas crianças é estar sonhando com um mundo menos agressivo, uma sociedade com menos presídios - acredita Frei Jaime.

Uma das 55 crianças que acabou perdendo o apoio financeiro do projeto em função do reajuste foi Rafael Silva Fernandes, três anos. A mãe do garoto, Geraldine Kasper Silva, 23, relata que participou do projeto de agosto de 2011 a janeiro de 2012. Embora o auxílio não possa ter sido renovado pelo Mão Amiga, a auxiliar de produção optou por manter o filho, ao menos por enquanto, na mesma escolinha. 

- Mas agora ficou bem mais pesado no orçamento - lamenta.

Leia mais sobre o assunto e como contribuir com o projeto no Pioneiro deste final de semana.