Duas escolas estaduais de Caxias do Sul recebem críticas de pais de alunos pelos valores cobrados pela agenda escolar. O material é obrigatório na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Apolinário Alves dos Santos e na Escola Estadual de Ensino Médio Evaristo de Antoni. Quem não dispõe da agenda estaria tendo dificuldades para sair mais cedo da escola e até mesmo ir ao banheiro.
O valor cobrado pelas agendas é de R$ 60 para um estudante, R$80 para quem tem dois filhos matriculados e R$100 para três, no Apolinário. Já no colégio Evaristo o valor para adquirir o item é de R$20. De acordo com a diretora-geral da Escola Apolinário, Margô da Rosa Garibaldi, a agenda é importante pois serve tanto como meio de comunicação entre pais e professores, quanto para controlar o fluxo de estudantes dentro do colégio.
- Os valores cobrados para aquisição da agenda são sempre decididos em assembleia geral com os pais. No momento da matrícula, eles também são comunicados dessa obrigatoriedade, assim como do uniforme. O governo do Estado proíbe que as escolas usem a verba que recebem para a confecção de agendas, por isso elas são cobradas. Além de ajudar a pagar por elas, os valores arrecadados também auxiliam na manutenção da escola. Pelo porte do colégio, teríamos direito a 4 serventes. Entretanto, não temos nenhum. Com o dinheiro das agendas, conseguimos manter uma diarista para limpar os banheiros - explica Margô.
A direção da Escola Estadual de Ensino Médio Evaristo de Antoni também foi procurada pela reportagem, mas não retornou as ligações. A polêmica envolvendo as agendas escolares surgiu após reportagem publicada no Pioneiro dos dias 14 e 15 de abril, quando a estudante Franciely Nathália Cardozo, 17 anos, foi expulsa do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza após discutir com a diretora do colégio sobre a obrigatoriedade da agenda.
De acordo com a assessoria de imprensa da 4ª CRE, a adoção do item é particular a cada escola. A coordenadoria informa ainda que o caso divulgado na última semana da expulsão de uma aluna do Cristóvão já teria fugido à alçada do órgão, que prefere não se manifestar sobre o assunto.
Educação
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Pais de alunos reclamam de preços elevados e de restrições a quem não dispõe do material
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