Subiu para dois o número de mortos em um atentado hoje contra o contraventor Rogério Andrade em uma das mais movimentadas avenidas da Barra da Tijuca, bairro de classe média alta na zona oeste do Rio de Janeiro. As vítimas são o filho de Andrade Diego, de 17 anos, e um de seus seguranças.
Segundo a polícia, granadas foram lançadas dentro do carro onde estavam os dois, mais o segurança. Um outro carro com seguranças que os seguia também foi atingido e pegou fogo, mas os homens conseguiram sair antes de explodir e se feriram sem gravidade.
A polícia ainda investiga se havia explosivos dentro do carro, que seriam usados para sua segurança, diante da magnitude da explosão. O carro, segundo a polícia, era blindado, por isso é possível que o ataque tenha sido feito com auxílio de um lança-granadas.
Andrade foi levado para um hospital e não corre risco de morrer. Ele foi atendido no hospital Barra D'Or apresentando traumas na face e deve ser submetido a cirurgia na região da boca. Não há previsão de alta médica.
Ele e o filho haviam saído de uma academia de ginástica. Além dos dois e do segurança, uma mulher os acompanhava. Ferida, ela também foi levada para o hospital.
A cena dos carros queimados lembrava a de um atentado terrorista. Num raio de 70 metros era possível ver partes de corpos e pedaços do veículo. O ataque aconteceu próximo a uma unidade do Corpo de Bombeiros.
Antecedentes
Rogério Andrade é sobrinho do contraventor Castor de Andrade, já falecido. Ele foi acusado e julgado pela morte do seu primo Paulinho Andrade, herdeiro e filho de Castor, em 1998. Pelo crime ele foi condenado a 19 anos de prisão. Além disso, ele também foi condenado pela Justiça Federal a 18 anos de prisão por crime de formação de quadrilha, corrupção ativa e contrabando por seu envolvimento com os caça-níqueis.
Depois de mais de três anos foragido, ele foi preso em outubro de 2006. Ele, que sempre negou tanto a morte do primo, quanto o envolvimento com a contravenção, conseguiu anular o julgamento que o condenou pela morte de Paulinho.
Em junho do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas-corpus a Rogério Andrade. Em maio de 2008, o nome Rogério foi ligado ao do ex-chefe da Polícia Civil do Rio e deputado estadual cassado Álvaro Lins, que o protegeria.
O delegado e outras 14 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal do Rio pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva. Segundo a denúncia, ele não reprimiria a atividade de exploração de máquinas caça-níqueis pelo grupo criminoso de Rogério. Lins nega as acusações.
Geral
Sobe para dois o número de mortos em atentado contra contraventor no Rio
Rogério Andrade foi levado para um hospital e não corre risco de morrer
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