Uma operação inédita no Brasil está em andamento no sul do Estado. Mesas giratórias, macacos hidráulicos e trilhos de teflon atuam para movimentar a porta batel, a comporta do dique seco, orçado em mais de R$ 750 milhões. O serviço aproxima a conclusão do Estaleiro Rio Grande, prevista para fins de março, início de abril.
Com suas 2 mil toneladas, a porta batel é responsável por esvaziar e encher o dique, ventre de plataformas e cascos com selo gaúcho como a P-55, em construção em Rio Grande. A operação para movimentar a estrutura iniciou em janeiro, quando a WTorre encerrou a montagem da porta, divida em cinco peças.
Neste fim de semana, a gigante deve percorrer os primeiros dos 175 metros que vão do centro até a ponta do dique, na margem do canal do Porto de Rio Grande. O trabalho tem previsão para terminar no próximo dia 28.
O feito é inédito no País em virtude das dimensões da porta. Além do peso superlativo, ela tem 125 metros de comprimento por 15 de altura.
- Jamais se movimentou uma porta batel deste tamanho no Brasil. É uma operação delicada, que requer checagens de segurança a cada passo. Por isso se consume muito tempo e os prazos podem mudar - explica a engenheira Gleice Fernandes, da Petrobras.
Ao lado da WTorre, que constrói o Estaleiro Rio Grande, a petroleira supervisiona o serviço executado pela Megatranz, empresa especializada em movimentação de peças de grandes dimensões e peso. Para realizar o trabalho, foi importado um equipamento chamado skidshoe. Com macacos hidráulicos, ele içou a porta nesta semana. Embaixo foram instaladas mesas giratórias, que guiarão a estrutura até três linhas de trilhos de teflon. Deslizando lentamente, a gigante chegará ao destino final.
- Como em uma porta normal, a batel tem uma soleira, marcando sua posição final - explica Gleice. Depois de posicionada, a porta ainda será instalada e testada. A principal prova é de vedação, que checará se estrutura têm capacidade de manter o dique com seu interior seco. É neste espaço que continuará a construção da P-55, realizada até o momento nas oficinas do Estaleiro Rio Grande.
Aprovada a porta, a ensecadeira, barreira que segura as águas do canal do porto, será removida. A porta batel estará funcionando. E o maior dique seco da América Latina quase
