O Juventude está atento a todos os detalhes nesta reta final do Campeonato Brasileiro. Restam nove decisões para o time. Entretanto, desde a eliminação da Copa do Brasil, muitos torcedores vinham debatendo sobre os bastidores do vestiário alviverde. Cobranças, alguns descontentamentos em substituições e até a liberação de Nenê para tratar de questões particulares.
Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o vice de futebol do Juventude, Almir Adami, não fugiu de nenhuma pergunta. Falou abertamente de como foi o acerto para a referência técnica do time ser liberado por um tempo maior e garantiu que o ambiente dentro do vestiário do Juventude é muito saudável.
— Com certeza absoluta. Quando nós formamos lá no início do ano esse grupo, nós prezamos por buscar atletas com comprometimento com o clube, sem situações extracampo, além das questões técnicas e táticas dos atletas. Essa questão toda de obediência com a diretoria e com a comissão técnica, a gente sempre prezou. Então, hoje a gente pode dizer que o Juventude é um grupo unido, forte, eles sabem dos objetivos, daquilo que o Juventude almeja. Eles têm que dar o seu melhor porque eles também têm ambições pessoais. Ninguém vai querer ser rebaixado para uma Série B, porque isso aí vai sujar o currículo deles — comentou Adami.
Dentro de um grupo com 30 personalidades, algumas situações de descontentamento são normais dentro do vestiário. Segundo Adami, depois tudo volta ao normal no dia a dia.
— Independente de alguma situação ou outra que possa atrapalhar, passando um ou dois dias, elas são facilmente solucionadas, sanadas e o ambiente fica normal. Por exemplo, o jogo aqui contra o Corinthians, que ganhamos, eles se cobraram. Houve cobrança entre os atletas. Quando a gente caiu também houve cobranças, no calor do jogo, no calor do resultado. São coisas até naturais. Claro que tu evitas passar do limite e que depois esses atletas vão para casa, colocam a cabeça no travesseiro, repensam algumas questões, logo eles entendem que aquela situação de cobrança é algo natural e que no dia seguinte já se esquece, passa a borracha — explicou o vice.
FOLGA ESTENDIDA AO CRAQUE
Ninguém chama mais a atenção em Caxias do Sul que o dono da camisa 10 do Juventude. Nenê virou desfalque para enfrentar o Vasco, mas a informação vazou somente dois dias antes do jogo. No entanto, ele estava liberado pela direção desde terça, quatro dias antes, para tratar de questões particulares. Até o motivo ser revelado, muitas teorias foram criadas no campo paralelo.
— Eu ouvi muito aí o pessoal comentar que naquele último jogo (com Bragantino) o Nenê brigou com o Jair. O Jair não podia estar presente naquele jogo. Ele assistiu lá do hotel onde a gente concentra. Mas quando acontece alguma situação um pouquinho diferente, eu procuro sempre conversar com os atletas, e não é só com o Nenê. O Nenê saiu no intervalo, é lógico que quando um atleta sai ele imagina que também pudesse ajudar no segundo tempo, mas são avaliações do treinador de jogo naturais — revelou Adami, que completou:
— Eu conversei com o Nenê até para saber se alguma situação pudesse estar atrapalhando ele nessa questão de jogo. Ele me colocou algumas situações pessoais, então nós da diretoria acertamos que ele teria esse descanso um pouquinho maior para tratar dessas questões pessoais. E eu disse para ele: na volta você retorna 100% focado no Juventude.
O diálogo é uma marca de Adami. O dirigente revelou que depois do jogo com o Vasco, ele conversou com mais dois atletas por situações que aconteceram no jogo.