O sonho, enfim, foi realizado. Neste sábado (9), no evento de Bonenkai, a troca de faixas do judô da academia Torino, a trajetória de Itamar Luiz França na modalidade ganhou um capítulo especial. Aos 85 anos, ele recebeu a faixa preta, a mais alta graduação do judô.
A história dele foi contada em maio deste ano, nas páginas do Pioneiro, em GZH e em uma entrevista no Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra. Depois de 40 anos longe dos tatames, França superou etapas importantes em busca de um sonho que estava adormecido há algumas décadas.
Nos anos 1980, uma lesão no ombro interrompeu o processo para conquistar a faixa preta. No entanto, sua história na modalidade foi reiniciada em 2023 com o objetivo sendo a graduação tão esperada. Desde então, ele passou por uma série de cursos, incluindo de arbitragem, estágios voluntários em competições, capacitações e provas técnicas, além é claro dos treinamentos.
A TRAJETÓRIA DE ITAMAR
Seu Itamar nasceu em Flores da Cunha, mas se mudou para Caxias do Sul aos quatro anos. Tornou-se cidadão caxiense e cidadão honorário, em homenagens da prefeitura e da Câmara de Vereadores. No dia 18 de novembro, participou de um curso de técnicas de judô (40 delas são em pé e 32 no solo), onde confirmou a tão sonhada faixa preta, recebida oficialmente no último sábado.
— Eu estava pronto para fazer o exame para a faixa preta. Fiz três exames. No quarto, tive uma lesão no ombro. Não pude fazer no dia seguinte e deixaram para um ano depois. Eu fiquei magoado. A Federação Gaúcha entendeu na ocasião que deveria ser assim. Agora, é diferente. Eles estão muito acessíveis. Sou muito prestigiado pelo meu sensei e meus irmãos judocas que me tratam muito bem — comentou seu Itamar na reportagem de maio deste ano.
Sobre o desafio de alcançar o seu sonho, ele dizia:
— É um gesto de rebeldia contra o envelhecimento. O judô é um desafio grande. É um peso que se carrega, mas ele fica leve com toda a turma no dojô. Os cuidados e o carinho que todos têm comigo deixa fácil. Eu vou, porque é bom. Eu tenho o direito de não fazer nada, porque sou aposentado. Mas o desafio é maravilhoso. O melhor está por vir.