O meia Renato Cajá está na história do Juventude. Ele é um dos personagens recentes mais emblemáticos do clube. O jogador participou da campanha do rebaixamento à Série B em 2007. No entanto, retornou ao clube em 2019 e em duas temporadas consecutivas foi destaque no retorno alviverde à Primeira Divisão Nacional. O camisa 10 é o convidado desta semana no Podcast Paixão Ca-Ju.
— O Juventude foi um recomeço da minha carreira profissional. Em 2019, foi uma reconstrução para mim. Eu tinha saído do Goiás em 2018 e passei período muito difícil na minha carreira. Passei quatro ou cinco meses sem jogar, por conta de um tendão patelar rompido. E o Juventude me ligou, me fez a proposta. O time estava bem na Série C e acabei aceitando. O Juventude acreditou e fizemos um contrato de produtividade — comentou o jogador, que teve a primeira passagem em 2007:
— Foi muito importante, porque ali foi a primeira vez que joguei a Série A. Foi um momento muito bom para mim, porque estava colocando a cara na elite. Eu era um jovem. Caxias do Sul marcou a minha vida. Sou muito grato ao Juventude. Minha filha nasceu na cidade. Ali comecei a ter mais experiência.
O Juventude conseguiu o acesso à Série B no dia 9 de setembro de 2019. 18 mil torcedores lotaram o Estádio Alfredo Jaconi e assistiram uma atuação espetacular de Renato Cajá, autor de três gols, na vitória por 4 a 0 sobre o Imperatriz-MA.
Depois, Cajá foi um dos pilares do Juventude nas 38 rodadas da Série B do Campeonato Brasileiro. O meia foi o jogador que mais atuou em número de partidas, 34 vezes, na campanha do acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Além disso, marcou sete gols na Segunda Divisão nacional. Titular absoluto e peça fundamental.
— O mais difícil é depois que classifica para o mata-mata (acesso à Série B), mas a gente chegava nos lugares e já sabia que iria ganhar. Tínhamos um grupo especial. Até hoje, nós conversamos. Um grupo que ficou marcado na minha vida. Deu liga — disse o camisa, que completou:
— Foi um jogo especial no Brinco D'ouro (contra o Guarani). Um ano todo lutando pelo acesso e na última partida dependíamos só de nós. Depois ficamos sabendo da mala branca que o Guarani tinha, todo mundo querendo bater o Juventude. O time foi forte e guerreiro e fomos coroados.
SAÍDA CONTURBADA
O jogador não permaneceu para 2021. Na época, foi noticiado que o jogador e o clube não chegaram num acordo financeiro. No entanto, Renato Cajá afirma que não foi esse o motivo e revelou uma certa mágoa.
— Eu nunca falei isso. Primeira vez que vou falar. Depois do acesso, eu fiquei muito desgostoso com o futebol. Depois dos dois acessos, queria encerrar no Juventude, mas o Juventude não me deu essa oportunidade. Fiquei chateado com o clube. Não pude voltar para a Série A. O Juventude poderia ter se esforçado mais para ficar comigo. Teve esforço para ficar com alguns e comigo não. Isso me chateou. Pensei até em parar de jogar bola. A torcida acha que fui eu que não quis, mas a realidade foi diferente. Foi uma facada nas costas, que o clube me deu — finalizou.
A segunda temporada do Paixão Ca-Ju Podcast tem o oferecimento do Super Andreazza. Os episódios semanais vão ao ar às quartas-feiras, no site e no aplicativo de GZH, além de nas principais plataformas de áudio, como Spotify e SoundCloud.
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