Está bem longe de ser o cenário que o torcedor do Juventude imaginava no começo da Série B. O clube que apostou suas fichas no acesso à Primeira Divisão em 2024, amarga, com apenas seis rodadas, a penúltima colocação dentro da competição nacional.
A arrancada ruim assusta até mesmo o torcedor mais otimista. Afinal, não são apenas as cinco derrotas em seis jogos que preocupam. O mau desempenho do time e a falta de atitude ao sofrer um gol são marcas da campanha alviverde neste começo de campeonato. E para um dos atletas mais experientes do elenco, o volante Jean Irmer, a roupa suja foi lavada no vestiário, assim que a arbitragem apontou o final de partida diante do Mirassol, em mais uma derrota do time em casa, no último sábado.
— É um momento delicado pra nós. A gente precisa ressignificar muita coisa aqui dentro, entre nós. Depois do jogo com o Mirassol, começamos a lavar roupas internamente pra ver se algumas coisas mudam porque a gente não pode aceitar essa animosidade, nem o ambiente que estava. Dentro de casa, precisamos fazer nosso mando de campo pesar. É difícil falar, as palavras têm que ser bem ponderadas porque a gente precisa falar menos e fazer mais — revelou o camisa 5.
E para o clube sair da parte de baixo da tabela, a direção alviverde optou por uma nova troca no comando técnico. Depois de Celso Roth e Pintado, o jovem Thiago Carpini, de 38 anos, iniciou os trabalhos nesta semana com a missão de encontrar um modelo tático que faça a equipe melhorar de rendimento em campo. A estreia será no domingo (21), diante da Chapecoense, em Santa Catarina.
— A gente vem de uma troca de treinador, de outro trabalho. Agora, com a entrada do Carpini, já é uma nova metodologia. A gente precisa acelerar, não podemos perder tempo pra vocês (imprensa) chegarem aqui semana que vem e dizer que perdemos pra Chapecoense porque a gente tá se adaptando ao trabalho. Não temos mais tempo pra isso. Precisamos transformar nossas falas em pontos. É um cara que tem rodagem, tem um nome no mercado e um bom trabalho. Ele tem respaldo, já escutamos falar muito bem dele. Não o conhecia pessoalmente, mas ele vai encontrar um grupo muito aberto — destacou o volante.
Para voltar a vencer e somar a segunda vitória na Série B, o Juventude precisa criar mais jogadas de ataque, algo que, segundo o volante do Verdão, o time tem evoluído nos últimos jogos.
— Nós criamos oportunidades no último jogo. O Alex Muralha fez algumas defesas. Eu tive uma finalização no segundo tempo que passou perto. Pra Segunda Divisão, ganha o time que for mais organizado e intenso, é nítido isso. Acho que são muito parelhas as equipes. Vejo duas que se destacam das outras e as demais acho muito iguais. Todos os jogos que perdemos em casa foram detalhes — apontou Jean.
Mas a principal mudança que o time precisa mostrar dentro de campo é algo que Jean Irmer considera estar em falta há muito tempo no Alfredo Jaconi.
— Nosso grupo assimilou aquilo que o Celso Roth queria fazer, a gente tentou fazer da melhor maneira. O professor Pintado veio e a gente abriu o coração pra ele e infelizmente não tivemos resultado, e isso que ele tinha uma história aqui dentro. Vem o Carpini agora e o que eu posso falar é que o nosso grupo é uma tela em branco onde ele pode chegar e criar uma identidade. Essa é a principal virtude que falta pra nós, ter uma identidade. Como o Juventude joga hoje? Qual é a identidade do Juventude hoje? Não tem. Então, o Carpini tem a tela em branco pra chegar e poder virar pra nós e falar: Eu quero jogar assim.