O Caxias precisou contar com a eficiência do zagueiro Dirceu e com o brilho do centroavante Eron para chegar aos gols da importante vitória de 2 a 1 sobre o Brasil, na tarde chuvosa deste sábado (27), no Estádio Centenário, pela quarta rodada da Série D. A equipe novamente oscilou na etapa final, mas segurou o resultado.
Com a vitória, o Caxias chegou aos sete pontos e está em terceiro no G-8. Na próxima rodada, a equipe grená visita o Novo Hamburgo, no domingo, dia 4.
Gols e brilho
O técnico Tcheco decidiu mudar a escalação para o jogo diante do Xavante. Prevendo dificuldades em furar o bloqueio defensivo do time de Rogério Zimmermann, o comandante grená optou pela utilização do atacante Marcelinho desde o início da partida para dar mais velocidade ao ataque. Diego Rosa foi para o banco.
O primeiro chute a gol veio aos nove minutos. Jonathan obrigou Marcelo Pitol a fazer firme defesa. Dois minutos depois, Marciel arriscou de longe e a bola acertou o travessão. Sentindo que o momento do jogo era seu, o Caxias seguiu em cima. E a pressão deu resultado. Marcelinho cavou o escanteio, aos 13. Peninha cobrou com perfeição para o zagueiro Dirceu, livre de marcação, cabecear a bola no canto esquerdo de Pitol: 1 a 0 Caxias.
O Brasil teve que se abrir em busca no empate, mas esbarrou na atenta defesa grená. O goleiro Pedro Paulo, que fazia seu segundo jogo no rodízio promovido por Tcheco, era um mero observador do jogo.
Aos 25 o Caxias quase ampliou. Encontrando espaços entre as linhas de defesa xavante, Galvan descolou o passe para Jonathan na esquerda. O lateral cruzou na área e achou Peninha livre. Mas o meia furou em bola na hora de estufar as redes.
O primeiro lance de perigo do Brasil veio aos 28 minutos. Após cobrança de escanteio, Marciel afastou mal e Chicão, na entrada da área, teve o tempo para dominar a bola e chutar forte. Pedro Paulo saltou no ângulo direito para salvar o gol de empate.
O Brasil começou a criar oportunidades em cobranças de escanteio. Mas foi através de uma outra velha arma dos times de Zimmermann que o Xavante chegou ao empate. Aos 33, o Brasil cobrou um lateral direto na área e a defesa grená não conseguiu fazer o corte; Mário Henrique chutou forte no canto direito de Pedro Paulo para deixar tudo igual: 1 a 1.
O Caxias respondeu com Marcelinho. O volante Marciel recuperou a bola na intermediária e rolou para o atacante. Marcelinho bateu rasteiro, de canhota, mas Pitol se jogou para espalmar a bola.
E quando o jogo estava aberto, com o equilíbrio entre as duas equipes, em meio à neblina que baixava no Estádio Centenário, surgiu um raio de luz tão forte que levou o torcedor grená ao delírio. Aos 43, Galvan descolou ótimo passe para Jonathan no fundo do campo. O lateral rolou rasteiro na pequena área e achou Eron. O atacante que havia protagonizado um lance que lembrou o de Pelé na Copa de 58, na partida anterior contra o Aimoré, ao dar um chapéu no adversário, desta vez brilhou, lembrando o “Calcanhar de Ouro”, como era conhecido Sócrates. De letra, Eron valeu-se do recurso para desviar a bola de Marcelo Pitol e fazer Caxias 2 a 1.
Antes do intervalo, a equipe grená ainda teve a chance de ampliar com Marcelinho. Mas o chute do atacante saiu à direita da trave pelotense.
Segurou a pressão
Os primeiros movimentos da etapa final foram de um Caxias maduro para segurar o resultado e explorar os contra-ataques. Em um deles, Marciel soltou a bomba da intermediária e a bola tirou tinta da trave de Pitol. No lance seguinte foi a vez de Marcelinho mostrar porque foi o escolhido por Tcheco para iniciar o jogo. Em jogada individual, o atacante passou pela marcação e bateu de fora da área, mas pra sorte de Pitol, a bola passou à direita do gol.
A resposta xavante veio com Mário Henrique encontrando Marcio Jonatan na área; o centroavante estava livre, mas mandou para fora a oportunidade de empatar a partida.
Num jogo de xadrez que se desenhava no segundo tempo, os dois treinadores decidiram mudar as peças. Tcheco mandou a campo Lucão, Fabrício Oya e Marcão. O time passou a atuar com três zagueiros e o atacante Marcelinho fez a ala direita, bem como havia sido testado durante os treinos da semana. Zimmermann foi com Gutierez, Laílson e Da Silva.
A primeira investida com as novas formações foi do xavante. Wellington chutou na entrada da área e acertou a trave de Pedro Paulo, aos 28 minutos. Tcheco respondeu tirando Eron e, para reforçar o meio de campo, mandou Elyeser a campo. E Moacir entrou no lugar de Jonathan.
O Brasil passou a pressionar e a empilhar oportunidades. A bola não saia da área grená, obrigando a defesa a ceder vários escanteios. A oscilação do time mais uma vez na competição era nítida e fez com que o torcedor grená já resmungasse nas arquibancadas.
Mesmo assim, a insistência xavante não foi o suficiente para mudar o placar. Marcão ainda perdeu a melhor chance na etapa final, cara a cara com Pitol, nos acréscimos. Final no Centenário: Caxias 2 a 1.
Ficha técnica
Caxias 2x1 Brasil-Pel
4ª rodada - Série D
CAXIAS
Pedro Paulo; Adriel (Marcão, 24/2º), Dirceu, Fernando e Jonathan (Moacir, 35/2º); Marlon, Marciel, Peninha (Fabrício Oya, 24/2º); Marcelinho, Augusto Galvan (Lucão, 24/2º) e Eron (Elyeser, 30/2º) Técnico: Tcheco
BRASIL-PEL
Marcelo Pitol; Tony, João Marcus, Dumas e Mário Henrique (Victor Jesus, 30/2º); Chicão, Germano (Gutierez, 17/2º), Branquinho (Wellington, int.) e Rafael Souza (Laílson, 17/2º); Marcio Jonatan e Guilherme Beléa (Da Silva, 17/2º). Técnico: Rogério Zimmermann
Gol: Dirceu (C), aos 13 minutos, Mário Henrique (B), aos 33 e Eron (C) aos 43, no primeiro tempo
Cartões amarelos: Marciel, Fernando, Fabrício Oya (C) Mário Henrique, Gutierez, Chicão (B)
Arbitragem: Raimundo Rodrigues de Oliveira Junior (CE), auxiliado por Mateus Olivério Rocha e Fagner Bueno Cortes (ambos do RS)
Público pagante: 1.902
Renda: R$ 8.350