O lateral-esquerdo Alex Telles despontou no futebol através do Juventude e depois conheceu os quatro cantos do mundo. Em alguns dias, estará representando a Seleção Brasileira na Copa do Mundo, do Catar. Além do bom futebol que o levou ao Mundial, o caxiense também marca um golaço fora das quatro linhas. Ele financia um projeto social, chamado Gol de Ouro, que ajuda 60 crianças carentes dos bairros Pioneiro e Pôr do Sol, em Caxias do Sul.
O trabalho social realizado pelo jogador fica no bairro Pioneiro e conta com uma escolinha em quadra de gramado sintético, que atende crianças de 6 a 14 anos de idade. Além dos treinamentos, são disponibilizados apoio psicológico, uniforme e lanche. O professor é o primeiro treinador de Telles no futsal, Leandro Luciano. O projeto existe há seis anos.
— Em 2013, o Alex estava no Galatasaray, da Turquia, e eu morava em Antônio Prado. Lá, eu tinha projeto social e convidei ele para visitar nas férias. Ele foi, viu o projeto e disse que seria o padrinho. Quando me mudei de novo para Caxias, ele quis dar sequência. Eu sugeri na Zona Norte, porque morei 27 anos no bairro Pioneiro. Aqui tem o Pioneiro e Pôr do Sol, que são bairros que têm crianças carentes e que poderíamos ajudar. Estamos aqui desde 2018 no projeto. Dobramos o número de crianças — comentou Leandro Luciano.
O projeto social atende 40 crianças dos bairros Pioneiro e Pôr do Sol, além de 20 participantes do projeto Santo Antônio Mão Amiga. Além de Leandro Luciano, o projeto conta com a ajuda voluntária dos pais do jogador, José Telles e Claudete, da nutricionista Juliana Veber, da psicóloga Stéfani Girardi e do barbeiro Yuri Coffy.
— Eles chegam aqui e ganham uma fruta antes do jogo, ganham todo o material, praticam a aula de futebol por duas horas. Depois ainda ganham o lance pós-treino. Os atletas precisam ter frequência no treino e na escola, e desempenho escolar. Na festa de final de ano, só permite a participação de alunos que tem aprovação comprovada. Desde 2018, teve somente dois casos de reprovação — disse Leandro Luciano, que completou sobre as visitas de Alex Telles ao projeto:
— É uma folia. Eles já ficam eufóricos, principalmente quando anunciamos que o Alex vai estar. Fazemos sempre uma confraternização. Quando o Alex vem aqui, ele faz questão de colocar o uniforme e jogar com a turma. O Alex tem uma preocupação muito grande se as crianças estão sendo bem cuidadas, se estão se alimentando bem, se elas têm tênis. Ele está sempre preocupado com o andamento do projeto.
COLEÇÃO DE CAMISAS
O primeiro professor de Alex Telles e amigo da família guarda com carinho as camisas pelos times que o jogador passa. O lateral-esquerdo atendeu a um pedido de Leandro Luciano. Todas elas estão autografadas e viraram parte de uma coleção de relíquias.
— É um presente que eu sempre peço pra ele. Sou chato com ele em apenas uma coisa: ele precisa mandar apenas uma camisa do clube que vai. É motivo de orgulho todo esse crescimento dele passando pelo início, categoria de base, profissional, sofre uma lesão e ele tem uma resiliência incrível. É esse tipo de exemplo que passamos para as crianças. Um menino que saiu de Caxias do Sul, passou por dificuldades e que hoje está jogando uma Copa do Mundo.