Pontuar na meta adversária arremessando uma bola de 1,25 kg e defender a própria baliza de nove metros de comprimento por 1,3 metros de altura. São esses os objetivos do Goalball, esporte disputado em equipes formadas por três atletas cegos ou com baixa visão. A modalidade paralímpica que rendeu a medalha de ouro ao Brasil nas Paralímpiadas de Tóquio, no ano passado, é praticada na Serra por uma equipe de Farroupilha e que disputará, neste final de semana, o Campeonato Sul-Brasileiro, em Blumenau-SC.
A Associação Farroupilhense de Deficientes Visuais (Afadev) realizou nesta quinta-feira (6) o último treino antes de embarcar para a segunda etapa do torneio. Na primeira, também disputada em Santa Catarina, o desempenho surpreendeu os farroupilhenses, que voltaram com o vice-campeonato e a motivação de seguir com o trabalho desenvolvido há oito anos pela Afadev com o apoio do técnico Claiton Danelon.
— A projeção era participar, nós enfrentamos equipes de Florianópolis e Porto Alegre que estão classificadas para disputar a segunda divisão nacional. Agora temos uma colocação a zelar — explicou Danelon, que comandou a equipe na campanha que teve apenas uma derrota, para a Associação Catarinense de Esportes Adaptados (Acesa), na final.
Em busca do título inédito e com o patrocínio do Grupo Sazi, a equipe de Farroupilha viaja nesta sexta-feira (7) e contará com a experiência do capitão e presidente da Afadev, Pablo Barretti. Cedido pela Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), a qual é atleta filiado, Barretti disputou em 2019 o campeonato brasileiro da modalidade e acumula convocações para campeonatos regionais, que dão vaga para o nacional.
— A Copa Sul é um campeonato à parte que a região fez para que as equipes tenham calendário e possam um dia chegar ao nível do que é disputado no Sudeste e no Centro-Oeste — explicou Barretti.
O Sul-Brasileiro ocorre no sábado e domingo e conta com sete equipes dos três estados da região.
A modalidade
O goalball é disputado por equipes de três atletas cegos ou com baixa visão em uma quadra retangular, com dimensões de 18m de comprimento por nove metros de largura. Todos eles usam vendas para equiparar jogadores com baixa visão (que enxergam vultos) e cegos. A marcação da quadra é feita em alto relevo para permitir a orientação tátil dos jogadores. Os gols ficam sobre as linhas de fundo da quadra, que é dividida em três áreas de dimensões idênticas: neutra, de lançamento e de defesa.
A área neutra é o espaço que separa as destinadas às atuações das equipes. A área de lançamento limita a ação ofensiva das equipes. O primeiro contato da bola com o solo, após o lançamento dos jogadores, deve acontecer obrigatoriamente até a segunda linha para que os defensores tenham tempo para ouvir e perceber a trajetória da bola lançada.
A bola assemelha-se com a de basquete, mas o peso é maior e ela não possui câmara de ar, para que tenha maior contato com o solo. O som de guizos dentro dela indicam a direção para a defesa dos atletas cegos.