O ABC, de Natal, no Rio Grande do Norte, disputa a Série D pela segunda vez na sua história. Rebaixado em 2019, o time potiguar busca o retorno à Terceira Divisão Nacional. No ano passado, não conseguiu e caiu logo na segunda fase. Nesta temporada, chega com a segunda melhor campanha entre os classificados às quartas de final.
Em 18 partidas, o time do técnico Moacir Júnior, venceu 11, empatou três e perdeu quatro. Foram 37 gols marcados, sendo o melhor ataque da competição, e 17 gols sofridos. A campanha tem um aproveitamento de 66,6%. Os dois artilheiros da equipe são o atacante Wallyson e o centroavante Gustavo Henrique, ambos com sete gols marcados em 12 jogos disputados com a camisa do ABC na competição nacional.
O trio de ataque Negueba, Wallyson e Gustavo Henrique marcou 17 gols até o momento. Esse número significa 46% dos gols do time potiguar na competição. Com esses números ofensivos positivos, depois de passar pelo Retrô-PE e pelo 4 de Julho-PI nos dois primeiros mata-matas, agora é a vez de encarar o Caxias.
— Todo mundo tem uma vontade exorbitante de sair dessa divisão. Estamos fazendo o que a cartilha manda. Estamos na imersão da competição mais difícil do país e, agora, vamos ter um adversário importante. Eu assisti o jogo do Caxias contra a Portuguesa. É uma equipe que sabe sofrer, que tem o Michel como artilheiro, o Rafael Lima muito experiente. É um time qualificado. Teremos muitas dificuldades, mas o Caxias também terá com o ABC. Vamos tentar manter a cartilha de não morrer fora e ganhar em casa — disse o técnico Moacir Júnior.
Após a melhor campanha no seu grupo na primeira fase, o ABC teve pela frente o Retrô-PE. Empate fora de casa, 1 a 1, e vitória no Frasqueirão por 3 a 2. Nas oitavas de final, mesma situação. Igualdade como visitante diante do 4 de Julho, 1 a 1, e vitória em casa por 2 a 0. Essa foi a estratégia até o momento.
O time-base tem Wellington; Netinho, Suéliton, Álisson Cassiano e Felipinho; Felipe Manoel, Valderrama; Allan Dias, Negueba e Wallyson e Gustavo Henrique. O lateral-esquerdo Felipinho retorna de suspensão e deve entrar na vaga de Vinicius Silva, que atuou diante do 4 de Julho no segundo jogo. O atacante Wallyson, além de artilheiro da equipe, é responsável pelas bolas paradas em cobranças de falta e escanteios.
O lateral-esquerdo Vinicius Silva tem uma pelo futebol gaúcho no Pelota em 2015 e 2016 e Ypiranga/RS 2017. O volante Felipe Manoel defendeu o Caxias em 2011. O atacante Claudinho, reserva da equipe, também passou pelo grená no ano passado na disputa do Gauchão e Série D. Com 37 gols é o ataque mais positivo. No entanto, a defesa sofreu 17, quase um por partida.
— Atingimos uma marca que cobro muito dos jogadores. Todo time campeão, geralmente, o que não vale muito para o mata-mata, você tem um ataque com um ou dois gols marcados de média e zero vírgula gols tomados. A gente estava com uma média de um gol tomado por jogo. Essa marca nos preocupava. Vamos tentar aumentar não tomar gol e fazer pouco gol para subir. Isso que faz o time campeão e conseguir o acesso — analisou Moacir Júnior, técnico de 54 anos, que já treinou América-MG, Náutico, Criciúma, Boa Esporte, Linense, Tombense, Volta Redonda, América-RN, Portuguesa e Treze.
ABC em 2021
No campeonato estadual, o ABC foi vice-campeão ao perder o título para o Globo-RN. Na Copa do Brasil, passou pelo Rio Branco-ES, Botafogo, Chapecoense, mas parou nas oitavas de final para o Flamengo. Na Copa do Nordeste, saiu logo na Primeira fase da competição, com 10 pontos e acabou na quinta colocação do Grupo B.
Na atual temporada, já são 49 jogos com 23 vitórias, 13 empates e 13 derrotas. Na Série D, como visitante, foram nove jogos, três vitórias, três empates e três derrotas. Em natal, nove partidas, com oito vitórias e somente uma derrota (na primeira fase, Atlético-CE por 2 a 0). As últimas sete partidas em casa foram com vitórias.
— O ABC faz um campanha muito boa. No meio do caminho teve alguns percalços. Na primeira fase teve duas derrotas seguidas contra o Atlético-CE e Caucaia, que foi o saco de pancadas do grupo. Aquele momento foi de instabilidade do ABC. Depois daí começou a reforçar o elenco. Com a volta do Negueba que estava machucado, a chegada do Allan Dias, do Felipinho, do Suéliton, o time deu uma encorpada e melhorou — comentou o repórter Ícaro Carvalho, da Rádio Jovem Pan, de Natal.