O acesso à Série C do Brasileiro é o grande sonho do torcedor do Caxias desde 2016. Nas últimas quatro temporadas é a terceira oportunidade que o clube chega ao mata-mata decisivo. Dessa vez, o time grená quer mudar a história conseguir esse feito, que tem um peso importante para o futuro do Caxias. Pela frente, terá o ABC, de Natal, no confronto definitivo para a confirmação de um novo status.
Recentemente, nos últimos anos, dois clubes gaúchos conseguiram esse objetivo e estão se mantendo na Terceira Divisão nacional: São José-PoA e Ypiranga. O Zequinha subiu em 2018. Inclusive, na oportunidade era treinado Rafael Jaques, atual técnico do Caxias, que busca um segundo acesso nacional. Naquela época, o clube já era referência com as conquistas regionais e buscou a consolidação no cenário nacional.
— O acesso é uma sucessão de acertos. A gente sabe da dificuldade que é conseguir um acesso nacional e eu considero a Série D como um dos acessos mais difíceis. Não há apoio financeiro, as distâncias são grandes, poucas informações dos adversários, no mata-mata vira outro campeonato, então tem um grau de dificuldade maior. Em 2018, tivemos um ano perfeito com o título do Interior, Recopa Gaúcha e o acesso nacional. Foi fruto de um trabalho vitorioso e acreditar no planejamento — relembrou Luciano Oliveira, executivo de futebol do São José-PoA na época e que ainda continua no Zequinha.
Em 2019, na primeira participação na Série C, o São José-PoA era estreante na competição e quase conseguiu um salto maior ainda. Seria um acesso para a Série B e esteve perto de acontecer. O peso de subir pode impulsionar o time para voos maiores.
— No primeiro ano da Série C, se alguém falasse somente na manutenção, a gente fecharia na mesma hora, mas não imaginávamos que quase conseguiríamos subir. A Série C dá uma projeção o clube. Quando recebemos o ranking da CBF fomos entender o tamanho da grandeza das conquistas. Com isso, começamos a ser vistos no cenário — disse Luciano, que trabalhou com o técnico Rafael Jaques na época:
— O Jaques foi oriundo da base e foi crescendo. O São José-PoA tinha essa questão de promover os treinadores da base para o profissional pela condição de adaptação do modelo do clube. Foi um ano vitorioso e depois das coisas foram acontecendo. Ele teve uma passagem vitoriosa e seguiu o caminho dele.
Ascensão em Erechim
Em 2015, o Ypiranga conseguiu o acesso para a Série C do Brasileirão ao vencer a Caldense-MG nos pênaltis pelas quartas de final. Pela primeira vez em sua história, o time gaúcho confirmou a presença na Terceira Divisão.
Já são seis anos na Série C e ainda com chance de chegar, neste ano, à Série B. De seis temporadas da equipe na Série C, o atual presidente, Adilson Stankiewicz, comandou o clube em quatro e percebeu o salto que time de Erechim deu.
—Temos a garantia de um calendário cheio e isso faz uma enorme diferença no planejamento. Com isso, podemos fazer equipes mais consistentes. Outro ponto é a projeção nacional. Antigamente, os nossos principais adversários eram o Lajeadense, o Igrejinha, o Tupi. Hoje, é o Remo, Paysandu, Criciúma, Figueirense. Crescemos no cenário nacional e subimos no ranking da CBF. Hoje somos o 51º, ou seja, estamos entre os 60 clubes do Brasil — afirmou Adilson Stankiewicz, que completou:
— Mudou totalmente as perspectivas do clube. De um clube regional e estadual, passamos a ser um clube reconhecidamente nacional. Se o clube quiser crescer, esse é o caminho nos campeonatos nacionais.
Além de São José-PoA e Ypiranga, antes, em 2014, o Brasil-Pel saiu da Série D e conseguiu chegar na Série B, porém neste ano deve ser rebaixado e retornar à Terceira Divisão Nacional. O fato é que um acesso nacional na Quarta Divisão Nacional pode impulsionar o clube nacionalmente, em termos de estrutura e evoluir dentro de campo.