Não são poucos os jogadores de futebol que enfrentaram dificuldades antes de atingir o sucesso. Tornar-se um profissional é para um número reduzido de sonhadores. Exemplos não faltam. O argentino Carlitos Tevez cresceu em um bairro perigoso de Buenos Aires, capital da Argentina, e superou barreiras até cumprir sua meta pessoal de ser ídolo do seu Boca Juniors. Como esquecer Cafu? O lateral foi reprovado em inúmeros testes até conseguir se tornar jogador e capitão da Seleção Brasileira na conquista do penta em 2002.
Seguindo esses inúmeros exemplos, o jovem Alessandro Alves da Silva almeja o mesmo futuro: ser profissional do futebol. Desde os cinco anos, o morador do bairro Planalto, em Caxias do Sul, entende o esporte como a sua grande paixão e, hoje, aos 19, luta para transformar o sonho em profissão. Só que ele esbarra na falta de uma condição financeira melhor.
Alessandro precisa de R$ 9 mil para viajar a Portugal, onde tem inúmeras possibilidades de testes para tentar transformar o sonho em realidade. Com ajuda de professores das escolas onde estudou, EMEF Guerino Zugno e EEEM Melvin Jones, montou uma vaquinha online para juntar essa quantia até fevereiro de 2021.
– Minhas “profes” aqui no Brasil resolveram me ajudar. Elas me deram um passaporte e um celular para eu ir para Portugal. Além de fazerem uma vaquinha para que este meu sonho seja realizado. Graças a Deus, eu sou uma pessoa boa, humilde, educada e minha fé prevalece. Por isso, estou correndo atrás – conta Alessandro.
A paixão pelo futebol foi muito além de assistir jogos pela televisão e escolher um time para torcer. Assim como com muitos outros meninos e meninas, Alessandro começou a desenvolver esse amor quando ganhou sua primeira bola.
– Desde pequeno, eu jogava bola na frente de casa até tarde. Minha primeira escolinha foi a MGA Games Futsal. Fiquei lá por dois anos tentando me destacar e mostrando vontade. Depois, fui para a escolinha de campo, a DS Sport Center, onde pude melhorar muito minha qualidade técnica – conta.
Enquanto o profissionalismo não chega, Alessandro desfila pelo amador. Neste ano, o jovem defendeu o Atlético Parma, na Copa Caxias.
– Ele é muito esforçado, merece correr atrás do sonho dele. É um jogador de grupo, que respeita todo mundo e uma pessoa muito boa – exalta Antônio Rodrigo da Silva Oliveira, presidente do Atlético Parma.
O primeiro teste em solo europeu já está agendado, será com o treinador Felipe, do Taboeira. O jovem atleta espera conseguir arrecadar o dinheiro até fevereiro para viajar no primeiro semestre. Para ajudar, basta clicar aqui e buscar por "Alessandro: nosso craque em Portugal".
O esteio da família
Sabe quando temos um sonho? Por mais difícil que seja realizá-lo, é importante o apoio. Assistência daquelas pessoas em que mais confiamos. Para Alessandro, essa pessoa atende por Roseli Alves Calixto, 44 anos, sua mãe.
– Ele está entusiasmado com essa ajuda das “profes”. Se Deus quiser, vai dar tudo certo. É sofrido ficar longe do filho, mas quero que o sonho dele seja realizado – torce Roseli.
Alessandro mora com a mãe e com o irmão Victor Miguel Alves Pacheco, 4. E o futebol é o meio para mudar de vida e dar outra condição para os seus.
– O meu sonho é dar para a minha família o que eu não pude ter. Quero poder dar uma casa para a minha mãe e meu irmãozinho. Não ligo muito para dinheiro, mas sabemos que o futebol dá muito e quero dar muitos brinquedos e um caminho para o meu irmão – almeja.
Ajuda dos professores
Os professores são peças fundamentais na nossa vida. Do médico ao jogador de futebol, existiu ali um professor que compartilhou seu conhecimento. E na vida do Alessandro eles têm papel fundamental.
“Humilde”, “sonhador” e “dedicado” são palavras usadas por eles para caracterizar Alessandro. Além de bom aluno, o jovem sempre manteve uma boa relação com os mestres. A retribuição é ajudá-lo a realizar o sonho da sua vida. Além dos professores Fernanda Pistorello, Mariza Da Veiga, Doriana Bertuzzi e Tatiana Bertuzzi, que o ajudaram na elaboração da vaquinha, a docente Morgana Deola será peça fundamental no país Europeu:
– O Alessandro pediu a minha ajuda e eu nem questionei. Como temos muitos conhecidos aqui, de todas as áreas, já encaminhei ele a treinadores de clubes. Vou ajudá-lo aqui (em Portugal) com o que ele precisar até conseguir caminhar sozinho, porque ele é um menino de ouro. Sempre muito educado, gentil, estudioso, dedicado e sonhador – conta a professora, que reside há três anos em terras lusitanas.
Alessandro carrega consigo uma história exemplar da importâncias dessas pessoas na sua formação de vida.
– Na viagem de formatura do Guerino (EMEF Guerino Zugno), eu não podia ir, porque não tinha dinheiro. Só que a professora Mariza e o professor Cláudio me ajudaram. Eles sempre tiveram uma relação muito boa comigo. A profe Fer Pistorello, que me deu aula no Melvin Jones, me ajudou na época que passei dificuldades até com cesta básica – recorda-se.
Nas arquibancadas da vida, não são poucos aqueles que torcem pelo sucesso de Alessandro. Ninguém faz nada sozinho e a amizade fez com que todos que já conviveram com o aspirante a atleta desejem essa realização. Para isso, ainda faltam mais de R$ 8 mil na vaquinha.