O futebol é movido pela paixão dos fanáticos. Eles apoiam o seu time em qualquer circunstância, até mesmo em meio a um distanciamento social imposto por uma pandemia. Os jogos estão acontecendo, mas sem a presença de público nos estádios. E a série Histórias de torcedor tem trazido relatos, vivências e experiências. Neste momento é hora de relembrar boas recordações e contar como é ficar longe daquela rotina. A personagem desta semana é a grená Isadora Elisa de Lucena Biazus, 19 anos.
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— Eu acho que o que eu estou sentindo mais falta é a rotina que a gente tinha em dias de jogos. Íamos cedo para o estádio. E, realmente, ficar na arquibancada, grudadinha na grade, assistindo as partidas, podendo vibrar, torcer, cantar e apoiar o time, esse fato de estar pertinho deles, diferente da tv, que hoje é a forma que a gente tem agora. Porque, para mim, é uma coisa que não tem substituição, para quem é torcedor que nem eu, que vai sempre, desde pequeno, é um momento muito bom — disse a torcedora.
Isadora frequenta o Estádio Centenário desde pequena. Os pais Marcio e Adriana e o padrinho Marcelo sempre foram os principais incentivadores. Com o passar do tempo, começou a ajudar no Rosa Grená, núcleo de torcedoras que realizam ações sociais voluntárias para ajudar o clube. Além disso, representou o clube no concurso da Liga Feminina de Combate ao Câncer, em 2018.
—Parece que quanto mais eu cresço, mais o time está presente na minha vida. E é algo sensacional, eu tenho muito orgulho e sou realmente apaixonada. Eu gosto muito de acompanhar os jogos, de vir ao estádio, é uma coisa que para mim não tem muita explicação, é um sentimento que cresceu comigo — lembra Isadora.
Ela teve o incentivo dos pais numa paixão que começou com seu bisavô Giacomino Domingos Sebben e passou de geração para geração. O pai, Marcio Biazus, é vice-presidente do clube. A mãe, Adriana Biazus, foi uma das mulheres que ajudou no início do projeto do Rosa Grená.
— Então, o apoio da família, estar com eles, ter um momento com a família no estádio, é sensacional. Com certeza, minha mãe, meu pai e meu dindo foram as três pessoas fundamentais para desenvolver esse amor pelo Caxias, porque, realmente, é uma herança de família —completou.
História marcante
O Caxias foi vice-campeão Gaúcho, mas conquistou o primeiro turno — Taça Ewaldo Poeta — diante do Grêmio. A conquista garantiu a vaga na decisão. O jogo com vitória por 1 a 0 foi a última final com torcedor no Estádio, antes da pandemia. Isadora estava presente, mas para chegar ao jogo, ela e a família tiveram um deslocamento extenso.
— A história por trás também é engraçada, de certa forma, porque nós estávamos na praia, no dia do jogo. Saímos, acho que era 6h, viemos para Caxias, almoçamos e nos direcionamos para o estádio, porque meu pai tinha que resolver umas coisas antes da partida. Então, nós viemos bem cedo da praia para assistir ao jogo, vimos toda entrega de taça, comemoração, e depois retornamos para praia no mesmo dia, durante a madrugada. Então, realmente, a gente voltou só para esse jogo e ainda bem que nós voltamos — lembrou Isadora que finalizou:
— Para mim, foi marcante, justamente por ser um título gaúcho, que eu nunca tinha presenciado, porque em 2000 eu não era nascida. E, para mim, foi como se tivesse sido o campeão realmente. Não tem nem como descrever quando o Diogo Oliveira fez o gol, eu simplesmente chorava, olhava para o meu primo e chorava de alegria, sem acreditar. Me arrepio só de lembrar. Para mim, foi um momento como torcedora que mais me marcou, porque eu realmente só sabia chorar, agradecer de tanta alegria que eu estava, porque foi um momento sensacional, não tenho nem palavras para descrever como eu fiquei feliz.
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Perfil de torcedora:
Nome completo: Isadora Elisa de Lucena Biazus
Idade: 19 anos
Um jogo marcante do Caxias: O jogo da final do primeiro turno do Gauchão deste ano, contra o Grêmio, porque foi o título mais recente do Caxias, onde a energia da torcida cantando com estádio cheio, toda aquela emoção e sensação de felicidade foram indescritíveis.
Um ídolo do Caxias: Sempre fui muito fã do Rafael Lacerda, que hoje é técnico do Caxias, desde quando ele jogava de zagueiro no clube. Naquela época até camisa autografada por ele eu pedi, por gostar muito dele em campo.
Um gol do Caxias: Na verdade, tenho dois gols preferidos, um deles foi o do Júlio César em um dos Ca-Jus de 2017, onde ele chutou de fora da área para o gol. E o outro foi o do Ivan, de falta, pelo Campeonato Gaúcho contra o Brasil de Pelotas, no primeiro turno deste ano.
Por que torce pelo teu clube? Eu torço para o Caxias por amor, esse carinho que eu tenho pelo clube cresceu comigo e quanto mais o tempo passa, mais aumenta minha paixão por vestir e apoiar a camisa grená.
Qual o primeiro jogo no estádio? Não sei dizer ao certo o jogo, mas foi em 2003, no Campeonato Gaúcho, quando eu tinha apenas 2 anos.
Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? Assisto aos jogos na social, bem pertinho do alambrado.
Costuma assistir os jogos com quem? Costumo assistir com meus pais e meu dindo.