Giovana Veronese Mezzomo, 23 anos, será mais uma personagem da série Histórias de Torcedor. O amor pelo Caxias é de família. É uma paixão de berço. O incentivo de Jeferson Mezzomo, médico do clube, foi fundamental para alimentar esse sentimento. Em casa, a irmã Nathalia e a mãe Elis Regina também são grenás.
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O primeiro jogo no Estádio Centenário foi aos três anos de idade. Em 2000, ano do título gaúcho, Giovana foi com a família assistir Caxias e Pelotas, com vitória grená por 3 a 1. Fã do centroavante Adão, campeão no time daquele ano, ela se juntava aos grenás, mesmo pequena ainda, para gritar "ão, ão, ão, Adão é Seleção".
O gol mais marcante foi recente e em um ano emblemático do Caxias. Em 2016, começou a reconstrução do clube dentro de campo. O time conseguiu o retorno à elite do futebol gaúcho e, em Pelotas, uma vitória por 2 a 1, com um golaço do lateral-direito Gian. A forte neblina fez com que muitos não conseguissem ver o gol, mas não impediu a comemoração e uma recordação após o jogo.
— Um que me arrepia até hoje, só de lembrar, é Caxias e Pelotas em 2016, onde a gente conseguiu o acesso para a elite do Gauchão. Eu estava nessa partida, junto com o meu pai. Fomos com a excursão do clube até lá (Boca do Lobo, em Pelotas) e, no final do jogo, os jogadores vieram comemorar com a gente no alambrado. Eles jogaram alguns fardamentos para a torcida, eu acabei ficando com o calção do Marcelo Pitol e tenho essa lembrança. Então, eu guardei comigo esse calção e tenho até hoje a lembrança desse jogo, que foi muito marcante pela importância para a nossa história — lembra Giovana.
A fanática torcedora já viajou o Brasil para assistir ao time do coração. Já esteve em Santa Catarina e lugares bem distantes, como Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, João Pessoa, na Paraíba e Manaus, no Amazonas. No Rio Grande do Sul, então nem se fala.
— Foram inúmeros jogos decisivos fora de casa, eu não tenho precisão de quantos mais ou menos. Mas eu estive em Lucas do Rio Verde, João Pessoa e Manaus, que foram os mais distantes. O primeiro jogo que eu lembro, que tenho nítida lembrança quando falam de decisão, é a Taça Piratini, em 2012, onde o Caxias foi campeão, em Novo Hamburgo. Foi uma noite onde a torcida do Caxias se mobilizou muito e fomos em muitos ônibus e carros para lá. Ganhamos e comemoramos muito, viemos festejando até em casa. Foi um momento bem marcante e, com certeza, faz parte da minha história como torcedora e da história do Caxias - recordou a torcedora grená.
Final do Gauchão e ausência no estádio
A situação do Caxias na final do Gauchão complicou após a derrota por 2 a 0 no Estádio Centenário. Em Porto Alegre, terá que reverter para conseguir o bicampeonato. Somado a isso, teve a ausência do torcedor no primeiro jogo e na Arena também não contará com os fanáticos grenás. Em meio à pandemia, os jogos são em público. Imagina para uma torcedora fanática como é ficar distante do clube do coração.
— É um momento bem diferente não poder estar no estádio por forças maiores. A gente entende, mas é um momento bem desafiador para quem é acostumado a estar no Estádio em todos os jogos. São raras as vezes que eu não estive no estádio quando o Caxias jogou aqui no Centenário. Eu posso contar nos dedos essas vezes de não poder estar no estádio, não poder viver aquele momento do pré-jogo, do pós-jogo, de dividir esse momento com os amigos e familiares. É um momento bem diferente — contou Giovana, que finalizou:
— Eu sinto muita falta desse pré-jogo, de poder ir, sentir esse friozinho na barriga, de estar lá, de comemorar, de abraçar as pessoas, de gritar gol. É uma fase bem desafiadora, mas que a gente tem que se adaptar. Então, dessa vez, vamos assistir ao jogo na tv, acompanhar no rádio e esperamos poder gritar "campeão", cada um da sua casa, com a mesma alegria que tem o povo grená. E que isso nos torne um pouquinho mais felizes em meio a tudo que está acontecendo.
Ouça a matéria especial do programa Show dos Esportes na Rádio Gaúcha Serra
Perfil de torcedora
- Nome completo: Giovana Veronese Mezzomo
- Idade: 23 anos
- Um Jogo marcante do Caxias: Clássico Ca-Ju, em 2010, empate em 2 a 2, com o gol do Palácios nos acréscimos.
- Um ídolo do Caxias: Adão. No título de 2000, eu gritava "ão, ão, ão, Adão é Seleção"
- Um gol do Caxias: Gian, em 2016, de falta. Quando conseguimos o acesso no jogo contra o Pelotas.
- Por que torce pelo teu clube? Eu torço para o Caxias pelo meu pai, principalmente, ele que me fez ser essa torcedora assídua do estádio e que ama tanto esse clube.
- Qual o teu primeiro jogo no estádio? Em 2000, eu tinha três anos, era um jogo entre Caxias e Pelotas e o Caxias ganhou por 3 a 1.
- Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? Meus primeiros jogos foram nas sociais, depois eu fiquei boa parte da minha vida assistindo jogo na geral. E agora eu estou assistindo, de novo, nas sociais.
- Costuma assistir os jogos com quem? Eu gosto muito de assistir ao jogo sozinha, porque eu fico muito nervosa e eu não gosto de ninguém falando comigo, porque eu quero me concentrar. Mas eu tenho sempre os amigos e familiares por parte, um degrau acima, um degrau abaixo, um pouquinho para o lado.