A pandemia mudou rotinas, histórias e sentimentos. No futebol, o torcedor teve seu amor pelo clube do coração aliado, agora, à saudade. Desde março, sem poder ir ao estádio, sem poder reencontrar os amigos, sem vibrar e comemorar. É um vazio enorme. Aquele que só os apaixonados pelo futebol sabem.
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A segunda matéria da série “Histórias de Torcedor” irá reviver momentos e a trajetória de um jaconero fanático. Gabriel Candiago, 24 anos, torcedor do Juventude por influência do padrinho Jairo Roberto, frequenta o Estádio Alfredo Jaconi desde 2003. São 17 anos torcendo e vibrando. Nos últimos meses, ficaram somente as lembranças.
– Tem muitas coisas que dão saudade. A principal é estar no Alfredo Jaconi e arredores, onde podemos esquecer um pouco dos problemas do dia a dia, encontrar os amigos e colocar o único assunto que importa naqueles momentos, que é o Juventude – disse Gabriel.
Se a influência para virar Jaconero aconteceu cedo, através do “dindo”, Gabriel agora faz sua parte e leva o irmão de 11 anos aos jogos. Tudo pelo amor jaconero e para manter vivo esse sentimento na família.
– Meu dindo começou a me levar para os jogos quando pequeno. Desde então seguimos indo em todos jogos, em casa e alguns fora de casa também. Hoje levo meu irmão mais novo para manter essa tradição – lembrou o jovem jaconero.
Torcedor assíduo, Candiago costuma assistir as partidas na ferradura norte com o irmão Lucas e com os amigos. O primeiro jogo que assistiu na casa jaconera foi no dia 30 de março de 2003, Juventude e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. Um empate em 2 a 2. Geufer e Hugo marcaram para o Ju, e Luis Fabiano e Júlio Baptista, pelo Tricolor. Fã do centroavante Zulu, o gol mais marcante foi justamente dele na vitória por 3 a 1 contra o Londrina, pela Série D. Fatos que ajudaram a alimentar esse sentimento difícil de descrever.
– Meu sentimento surgiu desde de novo. Aos seis anos já fui ao Jaconi e desde lá foi amor à primeira vista – relembra.
“Batida” inesquecível
Como todo torcedor, Gabriel também tem muitas histórias curiosas. Em 2005, no dia 22 de outubro, contra o Inter, na Série A do Brasileiro, o Ju venceu por 2 a 1, de virada. Os gols do Juventude foram de Zé Carlos e Enilton. No entanto, a história dele aconteceu no pré-jogo.
– Meu dindo estava conversando com um pessoal ali na secretaria do clube e, na época, o acesso ao campo era muito fácil. Então, eu acessei o gramado e comecei a dirigir o carrinho maca. Daí estava a torcida do Inter já dentro do estádio – lembra Gabriel que completou a peripécia:
– Quando eu fui estacionar o carrinho maca para devolver ele para o lugar, acabei batendo ele no banco de reserva do time adversário. Deu a maior confusão, mas no final deu tudo certo. Esse ai, para mim, se tornou um jogo muito marcante.
Perfil do torcedor
Nome completo: Gabriel Candiago
Idade: 24 anos
Um Jogo marcante do Ju: Juventude 6 x 1 Corinthians
Um ídolo do Ju: Rei Zulu
Um gol do Ju: Zulu contra o Londrina, na vitória por 3 a 1, na Série D do Brasileiro de 2013
Por que torce pelo Ju? Meu dindo começou a me levar para os jogos quando pequeno. Desde então, seguimos indo em todos jogos no Jaconi e alguns fora de casa.
Qual o primeiro jogo no estádio? Juventude 2 x 2 São Paulo, em 2003.
Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? Ferradura norte.
Costuma assistir aos jogos com quem? Hoje levo meu irmão mais novo, que tem 11 anos, mas geralmente encontro a gurizada.
Ouça o episódio na Rádio Gaúcha Serra