Será um recomeço para Carlos Eduardo. O meia de 32 anos está a mais de uma temporada sem atuar. O Juventude será a oportunidade para começar novamente uma carreira que proporcionou ao seu currículo passagens por Grêmio, Flamengo, pelo futebol da Rússia e da Alemanha, culminando na Seleção Brasileira. Carlos Eduardo está sem clube desde junho de 2019, quando deixou o Coritiba.
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Foram dez meses no clube paranaense, com apenas cinco partidas, nenhuma delas na temporada 2019. As poucas atuações se devem a lesões. Por isso, o Juventude será uma boa chance de recomeçar.
Confira a entrevista do meia para o Jornal Pioneiro:
Pioneiro: O que significa essa oportunidade?
Carlos Eduardo: Estou muito feliz por ter essa oportunidade. Tenho que agradecer a diretoria, o Pioner, o Waltinho, que estão confiando em mim. Feliz por ter essa porta aberta e quero dar conta do recado.
Como foi a conversa e a negociação com o Juventude?
Desde o começo, da primeira ligação que tive com o Pioner, a gente deixou algumas coisas bem claras. De lá para cá, não mudamos nem um ponto ou uma vírgula. Tudo que foi falado aconteceu e não mudou. O Pioner foi muito legal comigo, mostrou o projeto e eu aceitei. O projeto não é pensando em dinheiro, e sim em voltar a jogar e também ajudar o Juventude.
Você está bem fisicamente?
Já faz seis semanas que tenho trabalhado com um preparador físico na minha casa em Atlântida, na praia. Fiz uma mini pré-temporada, forte e em dois turnos. Então, estou bem fisicamente. Sinto falta do contato com a bola e isso é o mais importante. Fisicamente estou bem de força, agora é aprimorar algumas coisas para mostrar o melhor futebol.
Alguns jogadores que ficam muito tempo parados têm a tendência de engordar. Você tem esse problema?
Eu perco bem rápido. Isso deixa a gente mais confortável. Nunca tive problema de peso e com percentual de gordura alto. Claro que é normal voltar das férias assim, mas isso o atleta perde rápido. Em 20 dias estarei bem fisicamente.
Essa oportunidade no Juventude é um recomeço?
Com certeza, encaro assim. Falei para várias pessoas e para o presidente também. Agradeci por abrir as portas para mim. Estou encarando com uma oportunidade única. Parece que estou com 20 anos. Estou muito motivado. Quero voltar a jogar futebol no alto nível. O Juventude é um clube muito legal, fui bem tratado. Isso deixa o jogador mais feliz para que as coisas aconteçam.
O que você evoluiu da época de Grêmio para hoje?
A gente evolui e fica mais experiente. Dentro e fora de campo. Eu joguei em alto nível, na Seleção, no Flamengo e em outros clubes grandes, com jogadores de muita qualidade, a gente está sempre aprendendo. Hoje, estou no camarote, porque consigo ver várias coisas dentro de campo. Isso me deixa mais tranquilo.
Dentro desta evolução, hoje você atua em qual função?
Essa pergunta me fazem bastante. Na Alemanha, joguei até de segundo volante. Do meio para frente, posso fazer quase todas. Menos a função de 9, porque é bem mais difícil. Meia, extrema, ou até volante, consigo fazer.
Qual a primeira impressão de Caxias do Sul e do Ju?
Caxias do Sul é uma cidade legal. Tenho bastante amigos e vizinhos aqui no condomínio da praia que são de Caxias. Isso deixa a gente mais tranquilo. O tratamento do clube está sendo maravilhoso. Nunca tinha passado por isso. Me deixa focado e com alegria.
Na Rússia, quando jogou no Rubin Kazan, encarou muito frio. Não vai sentir o frio de Caxias, né?
Na Rússia, cheguei a jogar com 25 negativo de temperatura. É bastante frio. Lá é mais seco, aqui é mais úmido. Eu até brinquei que Caxias parece a Rússia, mas não tenho dificuldade de me adaptar. Fui para a Rússia e para a Alemanha e consegui também. O importante é demonstrar o futebol dentro de campo e encarar como uma oportunidade única.
Dos atuais jogadores do Juventude, já trabalhou com quais?
Eu conheço o Edcarlos, porque jogamos no Atlético-MG, o Belusso, no Coritiba, e os demais só por nome mesmo.
O quanto o histórico de lesões atrapalhou a sequência da tua carreira?
Tive lesão de joelho e isso me atrapalhou bastante. É difícil falar, porque isso atrapalha muito o jogador. Tive uma lesão no tornozelo quando estava no Coritiba e foi bem grave. Estou recuperado e consigo fazer tudo normal. Claro, a gente perde algumas características, um pouco, não muito, a gente perde, mas o negócio agora não é pensar em lesão. Eu estou feliz, preparado e espero fazer o máximo possível para ajudar o Juventude.
Você lembra quando e qual foi teu último jogo oficial antes da lesão no Coritiba?
Não lembro, mas foi antes da minha lesão no Coritiba. Estou treinando desde março do ano passado. Meu contrato venceu no meio de 2019 e não foi renovado. Desde lá, tive dificuldades, algumas propostas mas que não se encaixavam.
Qual pedido você faria para a torcida e para o Juventude neste momento?
Eu pediria um voto de confiança. Sempre vou dar meu máximo para que as coisas aconteçam. E, assim, fazer a torcida e o clube felizes com o meu desempenho.