A mudança da bandeira laranja para vermelha na região da Serra Gaúcha pelo modelo de distanciamento controlado do governo do Estado, pouco impactou nas atividades do Esportivo. O clube alviazul já estava sem treinar presencialmente em Bento Gonçalves, mesmo com a autorização anterior. Os treinos acontecem por videoconferência.
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No entanto, essa atualização pode dificultar o retorno do Campeonato Gaúcho para a segunda quinzena de julho, data que estava sendo planejada pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
- Estamos totalmente alinhados com as decisões da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Se o governo do Estado e o presidente Luciano Hocsman se acertarem, automaticamente nós vamos nos moldar para finalizar o Gauchão - disse Laudir Piccoli, presidente do Esportivo, que completou:
- O máximo que pode impactar é a questão de prazo. A gente precisa de 10 ou 15 dias para fazer um preparo dos atletas. O Esportivo está totalmente organizado para a volta do campeonato, só precisamos de um pouco de condicionamento físico para os jogadores. Se tiver que jogar ou treinar na bandeira amarela, nós vamos ir. Não cogitamos isso, mas é uma suposição. A realidade é que a gente tem que voltar à normalidade.
Preocupação com a economia
Além de presidente do Esportivo, Laudir Piccoli também é empresário da indústria gráfica em Bento Gonçalves. A pandemia tem apresentado muitos dilemas na saúde, mas também na área econômica igualmente. Por isso, o dirigente também expressa sua preocupação com a economia e defende a volta da normalidade.
- Falando como empresário, estamos sofrendo demais. Parece que estamos brincando com o discurso da covid-19 - disse o presidente que também é conselheiro do Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, e lamenta o fechamento imediato de várias áreas da economia pelo modelo de distanciamento controlado do governo do Estado:
- Temos que reagir, mas com ações produtivas. O problema é respirador? Não é. Bento Gonçalves tem mais de 50 respiradores sobrando. Agora o problema é UTI? Não é também. É uma questão de se estruturar e de planejar com um número X e com um prazo. Se não resolver no prazo, vai para a bandeira vermelha e fecha tudo. A cidade que não se responsabilizar tem mais que colocar na bandeira vermelha, preta ou pior que seja, mas não simplesmente fechar.
Por fim, Laudir Piccoli ressaltou que as atividades do Esportivo já estavam paralisadas, mesmo antes da nova atualização do governo, devido ao alto custo do protocolo a ser implementado e sem ainda uma data definida para o recomeço do Gauchão. O clube conseguiu tomar ações rápidas para minimizar os efeitos na suas finanças, como a redução de 70% da folha salarial dos profissionais do clube.
- O Esportivo já estava parado, para nós não muda a cor da bandeira. A única tristeza que bate é que quando tempos a esperança, eu já estava começando a me movimentar para voltar a trabalhar dentro de uma expectativa, seja julho ou outra data, me vem uma surpresa desagradável dessas, mas tudo bem. Vamos encarar mais essa dificuldade, e a dor só entende quem sente ela.