Um grupo de entidades esportivas de Caxias do Sul entregou ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, um documento solicitando que a cidade seja considerada de bandeira amarela dentro da região sanitária definida pelo governo estadual durante a pandemia do coronavírus. O pedido é assinado pelos clubes Recreio da Juventude, Recreio Cruzeiro e Juvenil, além da Bohrer Sports.
Até agora, no entanto, não há registro de nenhuma troca isolada de cidade dentro do plano, que dividiu o Estado em 20 regiões. Ou seja, para Caxias do Sul estar na bandeira amarela, somente se o grupo de cidades que compõem a sua região, também apresentassem as condições analisadas pela Secretaria Estadual.
A apresentação da ideia foi entregue ao governador no sábado (16), quando ele esteve na Serra para a inauguração de 10 leitos hospitalares no Hospital Geral, da UCS.
— Nós estamos na Serra Gaúcha, mas os municípios vizinhos que tentaram relaxar antecipadamente o isolamento acabaram apresentando os diversos resultados de infecção. Caxias está na bandeira laranja por causa da região em que está localizado. Mas pedimos que, pelo número de infectados, a cidade possa ser enquadrada em bandeira amarela — afirma Paulo Marchioro, presidente do Recreio da Juventude, que fez a entrega do documento a Eduardo Leite, e argumentou o motivo pelo pedido de mudança da bandeira sanitária de Caxias do Sul:
— Para que tenhamos o retorno gradativo mais rápido, principalmente na área da saúde, que diz respeito aos clubes. O bem estar das pessoas, a volta da convivência, com todo o distanciamento e os regramentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos decretos estaduais e municipais.
A alteração na bandeira permitiria que os espaços pudessem ser utilizados com 50% da capacidade total e não mais com 25%, como está na laranja. Com isso, algumas atividades como aulas individuais de alguns esportes e a abertura de novos espaços, como pistas de caminhada e corrida, poderiam ser realizadas.
No entanto, em um primeiro momento, o argumento colocado para que o pedido não seja atendido de imediato envolve a condição de Caxias do Sul como referência para os demais municípios do entorno.
— O governador ouviu, foi muito atencioso, mas nos colocou que existe um grupo de inteligência da saúde, de pessoas que calculam todas as circunstâncias. Sabendo que Caxias sempre foi uma referência hospitalar no número de leitos, a cidade recebe, onde lotar as UTI's de municípios vizinhos, os pacientes dessas cidades nos hospitais atendidos pelo SUS aqui. É por esses números que se agravaram na região que Caxias segue na bandeira laranja — afirmou Marchioro.
O dirigente aponta como fator importante para a retomada das atividades esportivas nestes clubes os problemas co-relacionados ao isolamento social e a opção de outras atividades físicas regulares além da academia.
— Não queremos ser os propagadores do vírus. De forma alguma. Queremos poder trabalhar com as pessoas para pode melhorar muito, pois estão ficando abaladas no psicológico. São pessoas entrando em depressão, se sentindo mal, com crise de pânico. Clube não tem fim lucrativo — diz Marchioro, não menosprezando a questão financeira que o período de movimentação restrita tem gerado nos clubes:
— No Recreio da Juventude, eram 200 funcionários antes da pandemia. Estamos com 150 com contrato suspensos, 35 trabalhando na manutenção das duas sedes e outros pontos, mas 15 pessoas perderam o emprego. Tentamos evitar ao máximo, analisamos quem sofreria menos com o desligamento, mas não deu para evitar.
A expectativa é de que a proposta feita pelos clubes caxienses tenha uma resposta por parte do governo estadual até a quarta-feira (20).