Em menos de dois anos, Caxias do Sul estará no centro de um evento esportivo internacional. Porém, o município mais populoso da Serra precisará do apoio regional para atender a todas as demandas das Surdolimpíadas. A confirmação de Caxias como sede dos jogos ocorreu nesta sexta-feira (7), e entidades envolvidas já adiantam que a hospedagem dos atletas e a realização das competições serão distribuídas pela região.
A Universidade de Caxias do Sul (UCS), que já tinha recebido o Campeonato Mundial de Handebol de Surdos, passou a ser cotada para receber o evento há cerca de um ano. A estrutura da instituição - tanto na área do esporte quanto da saúde - atraiu os olhares da organização. Apesar disso, o que é disponibilizado pela UCS ainda é insuficiente. Por exemplo, o boliche exige 12 raias e a natação precisa de piscina olímpica, o que não existe nas instalações da universidade.
_ Vamos utilizar os equipamentos da região toda. Talvez, até de fora do Estado. Alguns, nós não temos e teremos de construir _ explica o reitor da UCS, Evaldo Kuiava.
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A UCS também planeja buscar recursos federais para fazer investimentos na estrutura. Só a operação dos jogos tem valor estimado entre R$ 8 e R$ 10 milhões e, conforme o reitor, ainda não há recursos garantidos por parte do poder público. O dinheiro deve ser buscado junto à União. De acordo com o secretário do Esporte e Lazer, Gabriel Citton, a prefeitura oferecerá apoio em áreas como saúde, trânsito e segurança, além dos espaços esportivos que pertencem ao município.
— É um evento importante para Caxias e região. Vêm seis mil atletas, mais todos quem vem torcer ou acompanhar as delegações. Então, são de 8 a 10 mil pessoas. Além de participar do evento, esse público vem fazer turismo. Ficamos muito felizes e agora é trabalhar em conjunto pela a realização — comenta o secretário.
A sede das Surdolimpíadas também não tem capacidade para hospedar todos os atletas e turistas que ficarão na cidade entre 5 e 21 de dezembro de 2021, quando pela primeira vez a América Latina receberá o evento esportivo.
— Na questão da rede hoteleira, nós temos hoje 3,4 mil vagas. Não conseguimos hospedar todos aqui. Vamos ter de abrir para Farroupilha, Flores da Cunha, talvez até para a Região das Hortênsias. O tempo urge, é para dezembro de 2021. É nosso entendimento que devemos começar a trabalhar agora — destaca o presidente do Caxias Convention & Visitors Bureau, Valmir Francisco dos Santos.
Ele destaca que outro desafio é a comunicação, que demandará treinamento de pessoas que farão atendimento na língua de sinais. Os desafios e a maneira como serão vencidos devem ser discutidos em um comitê a ser criado em nível municipal para articular ações para o evento. Na semana que vem, em entrevista coletiva, a UCS vai divulgar novas informações sobre o assunto.