No fim de 2019 parecia uma aposta arriscada o nome de Rafael Lacerda para técnico do Caxias. Quatro meses depois, ele comanda o time mais organizado do Interior gaúcho e considerado o grande postulante a incomodar os grandes na final do primeiro turno, contra o Grêmio. Um trabalho intenso desde a montagem cirúrgica na escolha dos atletas.
— Eu tinha convicção que iríamos fazer um grande campeonato, principalmente pela montagem do grupo. Muitos diziam que o Lacerda era inexperiente, mas eu me preparei. Confiava muito no meu trabalho, no do Jeferson (Ribeiro, auxiliar) e no do Samir (Omeiri, preparador físico). Mas muito dessa campanha é do grupo de atletas — destacou Lacerda, no programa Show dos Esportes, na Rádio Gaucha Serra.
O exemplo mais claro disso está nesta véspera da primeira final. O Caxias deixaria a concentração no Centenário e migraria para um hotel, afim de dar mais conforto aos atletas. Só que tudo mudou.
— Passei para os atletas na terça, e no percurso até chegar no campo (de treino), eles me chamaram e disseram que não queriam ir para o hotel. A concentração do Caxias, no estádio, tem uma área de lazer e eles jogam carteado. Eu vi atletas que antes nem iam nessa sala na Copinha, que agora comandam a bagunça. Vou dizer o quê? — contou o técnico.
O grupo está unido e pronto para tentar fazer história. Um Caxias que ressurge da melhor forma possível, e com apenas três titulares remanescentes do último ano.
— É difícil dizer o que vamos fazer contra o Grêmio, depende muito de como os atletas vão estar no dia. A nossa qualidade passa pelos pés de Juliano, Carlos Alberto e Diogo Oliveira. Devemos respeitar o adversário. Quando tiver que marcar baixo, vamos recuar. Quando tiver que marcar no bloco médio, vamos fazer, e quando der para marcar alto, vamos pressionar. Tenho que dar alternativa para os atletas e o que encaixar melhor na partida vamos colocar em prática — resume o treinador.