O primeiro amistoso do Caxias serviu mesmo para mostrar a uma boa parte do grupo de jogadores grenás como será o Gauchão, que iniciará no próximo mês. O Ypiranga deu as cartas de como será brigado cada jogo – até no sentido literal da palavra.
A briga do segundo tempo era algo natural, infelizmente. Desde o início da partida, a única coisa que não estava era amistosa e o árbitro Flávio Fernandes não conseguiu controlar. Esse jogo físico se mostrou como a estratégia do Canarinho. Em alguns lances, a força foi até desproporcional de ambos os lados.
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Agora, sobre o futebol, alguns pontos individuais ficaram bem visíveis. Juliano, mesmo ainda em início de pré-temporada, segue sendo o grande articulador do time grená, como foi em 2019. Ao seu lado, o volante Yuri poderá ser um bom valor nessa espinha dorsal, mas é nítida a falta de ritmo de jogo.
Outra boa amostra foi do lateral-direito Ivan. Jogador de bola parada, mas que conseguiu dar boa sustentação ao ataque. Este é um da lista de atletas que ganharam a primeira exposição do que será o Estadual e suas dividas mais fortes.
O atacante Juninho Potiguar também está na lista dos debutantes em Gauchão e teve que controlar os seus ânimos com as chegas dos zagueiros. A primeira impressão é de que Potiguar é um jogador promissor e titular absoluto nessa arrancada de 2020.
Quem destoou no Caxias foi o zagueiro Venicio. Já na primeira vez que tocou na bola, se enrolou e criou a chance para o Ypiranga, salva pela trave. Depois, o jogador não passou mais confiança, algo muito ruim para um defensor. Mas foi apenas o primeiro jogo, não se pode tomar como verdade absoluta do jogador. Há tempo para ele mostrar mais.
Mudanças de estilo
O torcedor do Caxias que não vai ao Centenário desde a Série D verá que o estilo de futebol mudou. Desde a Copinha, Lacerda aposta na velocidade do time pelos lados e agora, com mais de 11 jogadores, é possível melhorar esta ideia.
Esqueça o futebol de toque curto e jogo apoiado deixado por Pingo, no último Gauchão. A articulação está em Juliano e Diogo Oliveira, mas o caminho para o ataque sempre busca as duas extremas. Com o centroavante Gilmar na sua melhor forma, será ele o foco de abastecimento. Um estilo mais parecido ao time de Luiz Carlos Winck, em 2017 e 2018.
A diferença está na marcação alta. A cobrança para usar essa pressão nos defensores é maior, assim como o tempo certo para adiantar as linhas. Essa é a boa aposta do estilo de futebol proposto por Lacerda.
Falta ao time encontrar uma forma de furar defesas mais fortes, como o Ypiranga mostrou domingo (29) à tarde. Diogo Oliveira precisa de entrosamento e os companheiros criarem espaços para que, ao lado de Juliano, o meia faça o time jogar.