Um casal de garra e com muita dedicação para que o futuro das crianças no bairro Santa Corona, especialmente no loteamento Conquista, tenham um futuro melhor. Rudimar Souza Camargo, o DJ Hood, 43 anos, e Liane Lazzarotto, 39, tocam o projeto Conquista – inspirado na localidade em que está inserido –, onde atendem 67 crianças em diversas atividades recreativas, profissionalizantes e, lógico, esportivas.
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O futebol e o jiu-jitsu são os principais atrativos e, em breve, terão a companhia de mais uma modalidade: o skate. Mas é na arte marcial japonesa, muito influenciada pelos brasileiros, que as crianças surpreenderam pela adesão em poucas aulas. A luta encantou e os seus valores ensinam.
– Ensina muito de disciplina, respeito e tudo mais – diz Marco Antônio de Barba, de apenas nove anos, e há mais de um convivendo dentro do projeto.
De forma rápida, Fernanda Monteiro, de cinco, também complementa a resposta do colega sobre tudo o que viveu em cima do tatame nos últimos meses:
– Quando a gente faz alguma coisa de errado, sempre tem que pedir desculpa.
Mas, talvez, uma das frases mais inusitadas venha de Raquelly Barboza da Silva, também de nove anos:
– Eu gostei que se a gente está em perigo, podemos nos defender e derrubar a pessoa. Não vamos ficar parados, podemos dar um “mata-leão” nela.
A frase sincera de uma criança contrasta com a obrigação de nunca usar as técnicas fora do tatame, exceto em situações de risco. A arte marcial é disciplinadora, inspira e também diverte. Acima de tudo, conquista de forma fácil as crianças.
Três semanas após a primeira aula, onde apareceram apenas cinco alunos, o grupo já contava com 25. A demanda era crescente, mas o grupo precisou ser fechado para novos pedidos. Não havia mais como atender a todos, e realmente fazer a diferença no pequeno espaço que é a sede do projeto.
– Meu intuito é de que essas crianças sejam inseridas na sociedade. A questão aqui não é o caso de uma periferia, mas é uma situação diferente do que a gente vive hoje. Eu quero, através do esporte, fazer com que elas possam crescer – ressalta Leandro Venâncio Barboza, instrutor da arte para os meninos.
Tudo vem dando certo. São 67 crianças atendidas neste momento – sendo 25 no jiu-jitsu –, mas o sonho é de aumentar. Tocar mais pessoas. Na garra e com muita determinação, DJ Hood e Liane vêm mudando realidades e observando, na prática, que sua luta está dando muito certo. Vai além do tatame, de uma quadra de futebol, da dança ou de tantas outras atividades. Está dentro de cada criança ali dentro.
– Sabe como a gente vê a realidade? Nós fizemos um campeonato de futebol entre eles e não teve nenhuma falta. Não ouvimos nenhum palavrão das 9h às 18h30min daquele sábado – conta Liane.
E quem complementa é DJ Hood:
– Para nós é missão cumprida. Porque tu observas o resultado lá fora e isso nos motiva a continuar. Quando está dando certo, não tem motivos para não fazer.