O Caxias terá um novo camisa 9 diante do Avenida, em Santa Cruz do Sul, no jogo da volta da segunda fase da Série D do Campeonato Brasileiro. Para o domingo (23), nos Eucaliptos, o técnico Pingo terá que lançar mão de uma nova opção para substituir o lesionado Michel, titular grená em todos os jogos da Quarta Divisão até aqui.
Entre as possibilidades, uma sai na frente: Ruan. O atacante foi titular do time em boa parte do Gauchão, mas perdeu espaço com as chegadas de Márcio Jonatan e do desfalque do domingo. Contudo, não é a única opção do comandante do Caxias para a decisão.
Outros nomes para a função estão à disposição de Pingo. Um deles é o centroavante João Paulo. Em uma temporada difícil, o jogador passou o ano envolvido entre perder peso e se recuperar de uma artroscopia no joelho. Mesmo sem ter atuado um minuto sequer em uma partida oficial em 2019, tem treinado normalmente com o grupo. Por conhecer bem a característica do futebol do Rio Grande do Sul, pode ganhar a oportunidade justamente no momento mais decisivo do time no ano.
Se quiser fazer uma alteração tática, Pingo tem a possibilidade de deslocar Márcio Jonatan para ser centroavante – função que já fez em outros clubes, como no Brasil-Pel e São José-PoA. Com isso, a oportunidade de estar no 11 inicial pode ser do atacante Taiberson ou do meia Eliomar. Além disso, o retorno do volante Juliano poderia fazer com que Wagner permanecesse na equipe e Diego Miranda fosse deslocado como um segundo atacante.
Autor de 63 gols com a camisa do Caxias na década de 1990, o centroavante Brandão acredita que o time sentirá a falta do atual camisa 9 pela sequência que a equipe estava com o jogador.
— O Michel vinha jogando e acabou se machucando. É ruim para o time que já vinha com a característica dele dentro do campo, que é um jogador de área — disse Brandão, considerando a mudança com a possível entrada de Ruan:
— É um bom jogador, tem boas características. Não é de área, é mais de lado. Mas pelo que tenho visto, o Caxias tem criado bastante. Então é uma questão de estar bem colocado ou estar em uma situação boa para fazer gol. Ele não é um jogador que faz muito gol, mas por ser rápido, pode criar chances para outros. É importante ele jogar essa partida. Vai dar um acréscimo na frente e pode suprir a falta do Michel, embora não seja um jogador de área.
Para quem faz parte do atual grupo, os 22 jogos do time sob o comando do técnico Pingo mostraram que o comportamento da equipe não deve ser tão diferente em Santa Cruz do Sul.
— O nosso esquema tem sido esse nos últimos jogos, tanto no Brasileiro, quanto no Gaúcho. Na minha opinião, o Pingo vai manter o mesmo estilo de jogo, só vai mudar o atleta que ele decidir para jogar no domingo, e o esquema, provavelmente, será o mesmo — avaliou o zagueiro Laercio.
Necessidade de marcar gols
Se em casa, no domingo passado (16), o Caxias passou em branco, a vantagem nos Eucaliptos pode vir exatamente da efetividade do time nas chances que aparecerem na partida.
— Criando as oportunidades, tem que fazer os gols. Você só consegue colocar o adversário em apuros quando marca e transfere a responsabilidade para eles — disse Brandão.
Para conseguir a vitória e voltar com a classificação de Santa Cruz, a equipe grená encontrará também um estádio bem mais acanhado que o Centenário. Isso, para Brandão, não é problema para uma equipe que já superou situações parecidas no ano:
— O Caxias tem que estar preparado. O grupo do Pingo vem trabalhando bem, já jogou algumas partidas difíceis fora, já pegou alguns campos que são do mesmo nível do que o do Avenida. Acho que o Caxias tem todas as condições, desde que chegue lá para propor o jogo e para mostrar todo o potencial que tem. Tem que ter o respeito, porque a equipe deles é forte lá dentro, mas nada que imponha muito medo.
Leia mais
Caxias não terá o camisa 9 titular para decisão diante do Avenida
Para passar pelo Avenida, Caxias precisa superar retrospecto fora de casa
E se a falta de gols insistir até o final da partida, até mesmo quem não é centroavante se coloca à disposição para jogar na função.
— A gente está preparado para tudo. No recreativo, o professor dá liberdade para atuar em qualquer posição e o desejo de todos atletas é fazer gol. Se surgir essa possibilidade, eu atuo sem problema nenhum. O Thiago (Sales, zagueiro) estava como meia, porque tinha muita liberdade (no domingo passado). Se tiver a oportunidade e o Pingo autorizar, porque não?— concluiu Laercio.