A Região Sul do país esteve representada nas últimas edições do Novo Basquete Brasil (NBB). Desde que o Caxias do Sul Basquete subiu e disputou a temporada 2015/2016, sempre houve pelo menos um time de Rio Grande do Sul, Santa Catarina ou Paraná.
Além dos gaúchos, Campo Mourão-PR e Joinville-SC figuraram entre os principais clubes nacionais. Em comum, características que dificultam a sequência dos projetos.
Nos três casos das equipes do Sul que estão ou estiveram no NBB, nenhum têm aporte financeiro ou estrutural fixo de um clube como Pinheiros-SP, Minas-MG ou Paulistano-SP, e tão pouco a representatividade e condições dos chamados “times de camisa”, como Flamengo-RJ, Corinthians-SP e Botafogo-RJ.
Os sulistas entram como associações esportivas e precisam se apoiar em projetos específicos por temporadas e na busca a cada ano por recursos financeiros para jogar.
Na atual temporada, apenas o Joinville disputou a elite. Porém, acabou na 14ª posição e caiu para a Liga Ouro. Esta competição, aliás, foi o destino do Campo Mourão após o rebaixamento no NBB 10. Os paranaenses estão nas semifinais da competição e sonhando com a volta ao principal torneio do país. O Caxias nem entrou em quadra e quer voltar em 2019.
Para cidades como Caxias do Sul, Campo Mourão e Joinville, o envolvimento da comunidade com o time é determinante para que haja a continuidade e o sucesso do projeto.
— Esse envolvimento da cidade e da região veio aos poucos. Fundamos nossa associação em 2008 com o objetivo de profissionalizar o esporte e massificar o projeto social Basquete Cidadão. Com o tempo, os resultados foram aparecendo e o Campo Mourão disputa desde 2014 as competições da Liga Nacional de Basquete (LNB). Vieram as duas participações no NBB e a região abraçou, até porque o basquete vem levando o nome da cidade de maneira positiva — diz Emerson Souza, técnico do Campo Mourão, ressaltando também a valorização da comunidade para que a o time siga sempre perto da elite:
— A corrida para conseguir os patrocínios é nossa maior dificuldade. Por ser um projeto de uma cidade pequena, com cerca de 90 mil habitantes. Campo Mourão é a menor cidade do Brasil a participar das competições da LNB. O que nos motiva todos os anos para seguir nessa luta é a valorização do processo. Muita gente só dá valor aos títulos e às conquistas. Nós valorizamos o trabalho para dar sentido à essa disputa.
A missão dos times da Região Sul seguirá sendo complicada para busca de investimentos enquanto a cultura do esporte não for, de fato, inserida pelas pessoas.