O hábito de pedalar surgiu como uma brincadeira e virou uma paixão. Um grupo de amigos formou a Companhia do Pedal e se reuniu pelo interesse em comum de conhecer as belezas típicas da Serra Gaúcha sobre duas rodas. Porém, agora eles querem chegar mais longe: vencer a distância entre Caxias do Sul e as capitais Montevidéu e Buenos Aires pedalando.
Serão 15 ciclistas percorrendo cerca de 1,3 mil quilômetros. A expedição começa neste sábado (9) e deve levar 11 ou 12 dias – incluindo a volta, aí não pedalando.
– A gente sempre se reúne para pedalar aos sábados. Também sempre gostei de Montevidéu e começamos a brincar: Quem sabe não vamos até lá de bike? Na hora, ninguém deu muita bola e começaram a rir. Porém, depois surgiu o interesse. No início, nem eu acreditava que fosse dar certo. Quando a ideia evoluiu, até tentei dar uma recuada, mas aí não consegui mais (risos) – diz o empresário Luciano Zorze, um dos ciclistas que estará na expedição.
A ideia surgiu de maneira despretensiosa há um ano, em um passeio em Santo Homo Bom, no distrito de Fazenda Souza, sem muita convicção de que poderia evoluir. No entanto, a equipe cresceu e se organizou. Uniformes personalizados com a identificação do grupo e passeios organizados até lugares mais distantes, como as famosas e desafiadoras Serra do Corvo Branco e Serra do Rio do Rastro.
– Tudo começou numa brincadeira, mas aos poucos foi tomando corpo e se concretizando neste projeto – afirma o professor Paulo Jenissek, 59 anos, o mais experiente do grupo.
Depois de muito planejamento, chegou a hora do desafio. Devido à grande distância e ao número de ciclistas, a preparação e a logística foram feitas com muito cuidado. A equipe conta com pessoas encarregadas do transporte, roteiro, documentação, bicicletas e veículos de apoio. Além, é claro, da preparação física e nutricional dos ciclistas.
– Estamos treinando forte há dois meses, com muita intensidade para aguentar os dias pedalando nesse grande desafio – destaca Tatiana Settin, uma das duas mulheres que estará na expedição pedalando.
Após a preparação e organização, que iniciou em setembro de 2018, o grande desafio do grupo será repetir diariamente os 140 quilômetros durante o período da expedição. O desgaste físico, com o calor e outras adversidades como umidade, trânsito e a própria imprevisibilidade de situações que possam acontecer, tornam a aventura mais emocionante. Além disso, outro obstáculo a ser superado será controlar a ansiedade.
– Estamos animados, mas ansiosos e nervosos também. Todo mundo que a gente conversa, apoia e fica impressionado. Até nos chamam de malucos. Temos que aproveitar enquanto temos saúde e podemos pedalar – comenta Luciano Zorze.
O grupo alugou dois motorhomes. Em qualquer eventual problema com os ciclistas ou com as bicicletas, os veículos estarão prontos para o apoio. Além disso, o retorno para Caxias do Sul se dará através desses veículos.
Quanto à viabilidade orçamentária, todos que entraram no projeto da expedição tiveram que sinalizar com um aporte financeiro. A partir disso, o grupo também buscou patrocínios: Imobiliária Porto Moniz, Zorzo e Silva e Suporte Center. A equipe ainda conta com o apoio da ATP Suplementos, Tribus Bike e Orlo – roupas personalizadas para ciclismo.
Ciclistas e apoiadores
Os 15 ciclistas que estarão na expedição são: Cássio Souza, Fabíola Girotto, Henrique Bonatto, Cleber de Oliveira, Jair Rodrigues da Silva, Josias Carneiro, Douglas Detanico, Matheus Rosa, Paulo Janissek, Luciano Zorge, Tatiana Settin, Luiz Carlos Dallarosa, Leandro Luís Lima Leite, Luciano Maciel e Thiago Lazzari de Souza.
A contadora Aida Zorzo, a nutricionista Elisangela Pereira, a empresária Elaine Dal Medico e o motorista Paulo de Souza acompanham a equipe na aventura. Já Danielle Malta Afonso não irá viajar com o grupo, mas ajudou como guia turística.