Embora o Sindicato dos Metalúrgicos tenha realizado assembleia na manhã deste sábado (28), a negociação salarial da categoria para este ano ainda não está encerrada. Novas rodadas de conversa com o sindicato patronal serão necessárias devido a um impasse envolvendo o chamado turno 6x2, em que o funcionário trabalha seis dias por semana e folga os dois seguintes.
Conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Claudecir Monsani, a proposta foi uma exigência do sindicato patronal para atender a outras reivindicações da categoria. Entre elas, estão o reajuste de 2,8% e a renovação por dois anos das chamadas cláusulas sociais, como auxílio-creche e quinquênio.
— Eles propuseram a criação de banco de horas ou o turno 6x2. Nesse momento, achamos o banco de horas muito mais prejudicial para o trabalhador porque ele não gera emprego, ele tira emprego — explica.
De acordo com Monsani, o turno 6x2 poderia gerar cinco mil postos de trabalho, além de acrescentar 10% no salário dos funcionários pelo trabalho aos fins de semana. A maioria dos participantes, no entanto, foi contra a proposta. O principal argumento é que os funcionários precisariam trabalhar na maioria dos fins de semana, e casais metalúrgicos poderiam não ter onde deixar os filhos, por exemplo.
— Turno 6x2 não gera emprego, o que gera é venda — disse um dos participantes da assembleia ao microfone.
Os metalúrgicos aprovaram o índice de reajuste e a renovação das cláusulas sociais, além do pagamento de uma taxa trimestral de R$ 25 para o sindicato, entre outros. No entanto, como o turno 6x2 era uma exigência para a concessão dos outros benefícios, o assunto será discutido em novas rodadas de negociação. Caso o sindicato patronal não aceite a proposta, Monsani não descarta levar o assunto à Justiça.