Enquanto Tite concedia coletiva pós-derrota na Rússia, amigos e familiares do treinador caxiense buscavam explicações para a derrota. Um acredita que Fernandinho errou, outro esperava mais de Neymar, faltou mais tempo de trabalho. O consenso, no entanto, é sobre a entrega e a dedicação do time, reflexos do trabalho de Adenor, e o retorno da confiança da torcida em relação ao time, mesmo depois da queda nas quartas de final.
— Acho que o mal rendimento individual do Fernandinho e uma inconstância do Neymar, que não fez uma boa Copa, ajudaram para a derrota. Esperávamos muito dele. Mas já mandei mensagem para o Tite. Só ele mesmo e Deus podem dar tranquilidade para ele nesta hora. É muito difícil. Ele fez o melhor que pôde, pode colocar a cabeça no travesseiro e dormir — avaliou Alvaro Mentta, amigo pessoal do técnico da Seleção Brasileira.
Também companheiro de longa data de Tite, Aloir de Oliveira lembrou que há muito tempo não se via o torcedor brasileiro vestindo as cores da Seleção pelas ruas.
— Estou triste, chateado. Mas não podemos deixar de falar uma coisa: classificamos, estávamos desacreditados, desorganizados no futebol e depois, que o Tite assumiu, o povo brasileiro voltou a acreditar no nosso futebol. Assisti ao jogo em São Paulo e vi muita gente, inclusive em aeroportos, com camisa do Brasil, muitos de amarelo até para viajar. Essa alegria voltou. O trabalho foi feito de forma honesta. Precisamos de continuidade para essa comissão técnica para que eles possam fazer um trabalho de médio e longo prazo — justificou, ao revelar que Tite deve mesmo seguir no comando do selecionado canarinho e que também fez questão de mandar mensagem de carinho para o amigo.
Em meio ao trabalho e de olhos quase incrédulos na tv, a irmã de Tite, Beatriz Bachi, destacou o empenho da equipe até o fim.
— Eu já tinha uma frase para uma situação dessas. O lugar dele é para poucos, mas o lugar dele para nós, é tudo. Se houveram falhas, houve muita garra. O time tentou pelo menos uma prorrogação. Foi uma lástima. Corremos atrás, tivemos chances, erramos, mas não deu — lamentou Bea, projetando um novo Mundial, em 2022, com uma melhor expetativa, fruto de mais tempo de trabalho para o irmão na Seleção.
Adenor, Tite, Ade, ainda não confirmou quando vem visitá-los em Caxias, mas será bem recepcionado, como sempre foi.
— Ele não pode entrar em campo, não pode resolver. Ninguém pode reclamar que ele errou nas mudanças. Ele fez tudo o que podia. Quando ele vier, vamos abraçar ele aqui e ele sabe disso. Vai ser ruim nas primeiras semanas, mas tenho certeza que o trabalho dele será cada vez melhor se tiver continuidade — confirmou Alvaro Mentta.