Uma nova etapa na vida de quem ainda está em crescimento. A tenista Amanda de Oliveira está deixando Caxias do Sul rumo ao Rio de Janeiro. Aos 13 anos, Amandinha irá para a Tennis Route, um dos principais centros de treinamentos do país, onde terá a companhia de alguns dos principais tenistas brasileiros. Entre eles, o também caxiense Marcelo Demoliner, número 60 do ranking de duplas da ATP, Thiago Monteiro, ex-top 100 de simples, e Bia Haddad Maia, número 1 do país e 89 do mundo no feminino.
Em solo carioca, a expectativa é de que a menina possa apresentar uma evolução ainda maior nas suas atuações, que já lhe rendenderam vários títulos e o posto de melhor tenista do Brasil em diversas categorias, nos últimos anos.
Com o sorriso metalizado de uma pré-adolescente, Amandinha não consegue esconder a alegria do novo desafio na sua, ainda curta, carreira de apenas seis anos.
— Para mim é muito legal. Aqui em Caxias, sempre treinei muito e estava me dando bem nos torneios. Indo para lá, é uma nova oportunidade de demonstrar meu talento, seguir em frente e melhorar cada vez mais — diz ela.
Vencedora desde os primeiros campeonatos em que competiu, Amanda chegou a ser disputada por alguns centros de tênis do país. A escolha pela escola carioca se deu em uma parceria com a Bohrer Sports, celeiro da promessa.
Essa nova etapa, na Tennis Route, será um período de formatação da menina como atleta. Isso pesará diretamente no seu futuro dentro do esporte. Entretanto, um momento tão importante para a carreira não faz com que a garota deixe de ver a graça em todas as mudanças pelas quais está passando:
— Para mim está sendo bem divertido. Uma experiência bem nova. Desde os sete anos até agora evolui bastante. Não imaginava que daria tão certo essas oportunidades, estar aqui jogando e ganhando torneios.
Amanda de Oliveira não deixará de ser uma atleta de Caxias do Sul. Mas, a partir de agora, carrega a esperança de ser uma das principais jogadoras da modalidade no país.
— Meu sonho é ser profissional. Acho que com essa nova vida, indo para o Rio, com uma condição ainda melhor de treinamentos, consiga realizar isso tudo.
O apoio incondicional de quem descobriu Amanda
Para quem participou de toda a história de Amandinha, a ida dela para o Rio de Janeiro fará que a qualidade da tenista seja lapidada.
– Ela chegou em um nível que precisava de um centro de treinamento com mais jogadoras da qualidade dela. Lá terá condições de disputar mais campeonatos e viajar para torneios internacionais. A ideia é que ela sempre melhore – diz Eduardo Bohrer, gestor da academia que patrocinou Amanda até agora e que seguirá como parceiro da atleta mesmo treinando no Rio de Janeiro.
Das conquistas, se destacam os títulos da Copa Gerdau, Banana Bowl e da Copa Guga, além da medalha de bronze no sul-americano, com a seleção brasileira. Entre viagens, treinamentos e inscrições em campeonatos, o investimento da Bohrer foi grande em Amandinha. Apesar de “perder” a tenista, Eduardo comemora a ida dela para o Rio:
– Ficamos felizes por todo tempo que ela ficou aqui e vê-la chegar nesse nível. Ela e todos da academia tinham uma integração muito grande.
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Paulo Rubira Jr., o Juninho, treinador de Amanda em Caxias, a evolução da tenista é representativa. A ida para o novo centro de treinamento, segundo Juninho, pode ser o salto para que os sonhos da jovem jogadora se realizem:
– Acredito que ela tem totais condições de brilhar profissionalmente no tênis feminino. Se tornar, quem sabe, a próxima número 1 do Brasil e figurar entre as melhores tenistas do mundo. É muito gratificante para mim ver que todo o trabalho feito com alegria e o comprometimento, meu e da Amanda, a fez crescer cada vez mais.
A mudança para a família Oliveira
A ida de Amandinha para o Rio mudará a rotina da família Oliveira. A mãe, Flaviane, irá junto, enquanto o pai, Telmo, seguirá em Caxias até a adaptação à nova vida.
— Vai ser um momento bacana para ela. A Amanda está bem contente em dar esse novo passo. O desafio para nós será grande, porque teremos que fazer uma logística bem diferenciada. Vai mudar toda a nossa rotina. Mas, se ela quer se dedicar ao tênis, é um passo que nós todos teremos que tomar — diz Telmo.
Na Tennis Route, Amanda será a mais nova entre as atletas da equipe carioca. Até por isso a família decidiu acompanhá-la nessa nova fase, pelo menos nos primeiros passos.
— Ela poderia ficar sozinha lá, porque eles têm toda a estrutura de alojamento. Mas ela fez apenas 13 anos agora, então vamos procurar um lugar para morar perto da academia. Por isso, estarei com ela lá — explica Flaviane.