Você ama os animais e não sabe como ajudar cães e gatos que vivem abandonados nas ruas de Caxias do Sul? Um jeito bem fácil de colaborar é guardar latinhas ou recolher tampas plásticas, como as de embalagens de refrigerante, água, sucos, leite e iogurte. Esses materiais recicláveis podem mudar e, muitas vezes, até salvar as vidas de bichinhos carentes.
Duas organizações da cidade — a Engenharia Solidária e a ONG Na Rua Nunca Mais — viram no mercado da reciclagem uma alternativa para equilibrar as contas da proteção animal e transformar lixo em cuidado e solidariedade com os animais.
A Engenharia Solidária já está consolidada na cidade. Desde 2015, o projeto, inspirado na iniciativa de uma protetora independente de animais de Porto Alegre, recolhe tampinhas para ajudar os animais. Já a ONG Na Rua Nunca Mais lançou neste mês a campanha Catalatas para salvar um vira-lata.
A ideia é simples e fácil de se engajar, já que é possível ajudar sem desembolsar dinheiro: basta apenas guardar os materiais para entregá-los nos pontos de coleta. O valor pago pelo material no mercado da reciclagem garante renda às ONGs, que esbarram na falta de recursos diante do crescente número de bichinhos abandonados na cidade.
Arrecadação recorde em fevereiro
Em fevereiro deste ano, a Engenharia Solidária — projeto que surgiu dentro do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Caxias do Sul (UCS), por sugestão de uma aluna — arrecadou R$ 6.144,00 com a venda de três toneladas de tampinhas plásticas.
Com esse valor, a entidade ajudou quatro organizações e duas protetoras independentes da cidade. Mas nem sempre foi assim. No primeiro mês após ser criada (agosto de 2015), a Engenharia arrecadou R$ 16. Dois meses depois, a arrecadação chegou a R$ 200. Na época, a organização ajudava apenas a Proteção Animal Caxias (PAC). Após um ano, a entidade fechou parcerias com a UCS, que cedeu espaço para o armazenamento das tampinhas, com o Simplás, que cedeu 70 coletores, o que aumentou a visibilidade do projeto, e depois com a empresa JP Embalagens, que forneceu 700 caixas de coleta.
Coordenadora do projeto e dos cursos de Engenharia Química e Química na UCS, Rejane Rech conta que hoje a iniciativa consegue em torno de 100 quilos de tampinhas por dia.
Voluntários separam as peças e deixam tudo pronto para que sejam transportadas para a reciclagem. O transporte também é fruto da solidariedade: a Estação da Ração atua voluntariamente para levar o material até o destino.
Com a doação das 700 caixas, hoje o projeto tem pontos de coleta em condomínios e escritórios, o que aumenta ainda mais a arrecadação. Rejane ressalta que o grande diferencial das tampas é que elas são feitas com polipropileno ou polietileno de alta densidade, que são dois plásticos de bom valor para reciclagens.
ONG lança o Catalatas no dia 18
A iniciativa mais recente de arrecadar recicláveis partiu da ONG Na Rua Nunca Mais. A entidade, que existe desde outubro de 2016, paga lar temporário para cães resgatados que não têm onde ficar. Eles têm tutores responsáveis por custear vacinas, castração a baixo custo e despesas veterinárias. Já a organização paga hospedagem e alimentação dos animais.
O projeto foi criado por iniciativa popular e reúne um grupo no Facebook que mantém os animais nos lares por meio de doações mensais. Como as doações oscilam a cada mês, mas as despesas seguem as mesmas, foi preciso buscar novas alternativas. Foi aí que surgiu ideia da campanha Catalatas. Ela será oficialmente lançada no dia 18 deste mês, durante um almoço da ONG.
De acordo com a presidente da entidade, Paula Terres, o número de pedidos de ajuda para animais abandonados ou que tenham donos sem condições de pagar atendimento veterinário gira entre 20 e 30 por dia.
— O número de pedidos para ajudar animais atropelados, doentes e ou recolher ninhadas abandonadas na cidade aumenta a cada dia. A ONG está sempre em busca de alternativas para atender o maior número de animais possível, porque a situação é muito triste e há casos graves. Como já existe a coleta de tampinhas, pensamos em investir em outra frente que é a coleta de latinhas. Em média, 70 latinhas dão um quilo, e um quilo rende R$ 3,50. Então, catem latas!— pede Paula.
Inicialmente, o valor será da vendas será destinado para atendimentos veterinários e castrações.
COMO AJUDAR
Tampinhas
A Engenharia Solidária tem mais de 300 pontos de arrecadação. Para conferir a lista completa acesse a página da engesolidaria nas redes sociais.
Caso queira ser um voluntário ou ponto de coleta basta entrar em contato pela fanpage.
Latinhas
Pontos de coleta
Quintino Futebol Pub: Rua Garibaldi, 485, Centro
AP Barbber Shop: Rua Recanto dos Pinhais, 154, Santa Fé
Motorcycles Pub e Petiscaria: Rua Matheo Gianella,1.444, Santa Catarina
Brechó das Patinhas: Rua Conselheiro Dantas, 1.283, sala 3 (entrada pela Raposo Tavares), Sagrada Família.
Justa Malhas: Rua Luiz Michelon, 201, Cruzeiro
Concept Barbiere: Avenida Júlio de Castilhos, 1.348, lojas 5 e 6, Centro
Apolo Sports - Quadra Esportiva: Rua José Albino Reuse, 232, Cinquentenário
Salute Fisioterapia: Rua Itália Travi, 1.075, Rio Branco.
Mais informações: no site naruanuncamaiscaxiasdosul