A noite é especial para as mulheres, e especialmente tensa para quem veste a camisa do Juventude. Quando a equipe alviverde entrar em campo, contra o São José-PoA, às 19h30min, no Estádio Passo D’Areia, muita coisa estará em jogo. Para o time alviverde, vale a possibilidade de se livrar do risco de rebaixamento. Para quem fica em casa, esperando o retorno dos atletas, fica a esperança de que eles consigam cumprir seus trabalhos, voltem para casa com saúde e, principalmente, façam a alegria da torcida Jaconera.
Assim é também na casa do lateral-esquerdo Pará, que retorna de suspensão diante do Zequinha. O jogador, que vive rodeado de mulheres, com a esposa e três filhas, recebeu um pedido especial antes de sair de casa:
— Antes de ir para a concentração, minha esposa disse que não queria presente nenhum a não ser os três pontos que tanto precisamos. Espero que consiga isso não só para ela, mas para minhas filhas e minha mãe, que está longe, e para homenagear todas as mulheres.
Em Caxias, a torcida da mulher de Pará, Thaise Rabelo, é intensa pela vitória. Seria o presente dela para esse 8 de março:
— Ele costuma me fazer surpresas, principalmente nas datas comemorativas, e ficou surpreso com o que pedi. Nós não estamos confortáveis com a situação atual e só a vitória nos interessa. Acho que nada mais justo do que pedir três pontos em um dia dedicado às mulheres.
Da mesma maneira que o torcedor fica incomodado com o momento difícil do Juventude no Gauchão, as famílias dos atletas também acabam sentindo tudo isso em casa.
— Me sinto péssima, porque sabemos da grandeza do clube e de todo esforço por trás dos bastidores para que tudo ocorra da melhor maneira possível. Sei do quanto ele trabalha, se empenha e principalmente se preocupa com o clube. Portanto, impossível não sentirmos o mesmo que ele. Costumo dizer que aqui em casa somos uma equipe e, quando algo não vai bem para um, isso é coletivo – diz Thaise.
Desde que Pará começou a rodar pelo país com o futebol, Thaise está ao lado do lateral. Para ela, ter abandonado sua carreira para acompanhar o marido não diminui a alegria de ser mulher e nem a coloca em uma situação de submissão:
— Me sinto uma mulher “empoderada” mesmo tendo largado a vida profissional para me dedicar aos meus filhos e marido. Não vejo isso como demérito, mas me sinto grata por ter tido a oportunidade de optar me dedicar a eles. Um dia retomarei a vida profissional, mas por enquanto, é isso que me faz feliz.
Na noite de hoje, Thaise será mais uma entre as milhares de mulheres juventudistas esperando a vitória. E que, no domingo, quer comemorar a classificação no Alfredo Jaconi.